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Colômbia: em greve, caminhoneiros bloqueiam estradas há 3 dias

16 de fevereiro de 2011 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: Agência Estado

16/02/2011
Filipe Domingues
 
Em greve contra a desregulamentação das tarifas de frete, caminhoneiros da Colômbia bloquearam importantes estradas de Bogotá pelo terceiro dia consecutivo. O problema está causando grandes congestionamentos na região. Estima-se que a maioria dos 200 mil caminhoneiros do país esteja participando da greve, o que provoca grande impacto nas exportações de café e outros setores que precisam do transporte até os portos. A greve teve início em 3 de fevereiro, depois que o governo eliminou, no mês passado, a \”tabela de custos de transporte\”, que estabelece taxas de frete mínimas para caminhoneiros e que estava em vigor há mais de uma década.
 
O bloqueio das estradas, principalmente no Sul e no Oeste da cidade, começaram na tarde de segunda-feira. Centenas de veículos estacionaram em várias estradas e se recusaram a sair do local, apesar dos pedidos da polícia. Os bloqueios fazem com que muitos trabalhadores tenham de sair mais cedo de casa e caminhar até o local de trabalho.
 
O governo afirmou que a competição no mercado é a situação normal para precificação do frete na maioria dos países, e avalia que a extinção da tabela vai melhorar a indústria local. Caminhoneiros dizem que isso causará problemas para milhares de pequenas empresas de transporte e para transportadores independentes. Eles observam que, com a alta dos preços dos combustíveis e da inflação na Colômbia, o momento atual é o pior para a desregulamentação.
 
O vice-presidente do país, Angelino Garzon, ex-líder sindical no qual muitos caminhoneiros dizem confiar, se reuniu pela primeira vez com os grevistas na noite de ontem, durante cinco horas. Mesmo assim, não chegaram a uma solução para o problema.
 
\”Não vamos movimentar os veículos, e é isso\”, disse o presidente da Associação de Caminhoneiros Colombianos (ACC), Pedro Aguilar, à rede de televisão RCN. \”A greve continua.\” Aguilar também explicou que os caminhoneiros só desbloquearão as estradas e voltarão ao trabalho se o governo rescindir o decreto que eliminou a tabela de valores mínimos de frete.
 
O ministro dos transportes da Colômbia, German Cardona, declarou que a remoção da tabela de frete é irreversível. Analistas no país acreditam que outros importantes produtos destinados à exportação foram afetados pelas greves, como o carvão, por exemplo, além do café.
 
Grandes companhias de carvão na Colômbia, como Drummond, Glencore International e BHP Billiton, utilizam suas próprias ferrovias para entregar o produto proveniente de minas em lugares relativamente próximos à costa. Mas pequenas companhias que exploram minas no interior precisam dos caminhões para levar o produto aos portos.
 
Traders de café em Chicago disseram que a greve de caminhoneiros da Colômbia impulsionou os preços do arábica para novas máximas em 13 anos e meio, ontem, na bolsa ICE Futures US, em Nova York. Há pouco, o contrato março subia 1,34%. A Colômbia é o maior produtor mundial de café arábica suave e lavado. As informações são da Dow Jones.

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