A colheita do café já começou em algumas propriedades do Sul de Minas Gerais e Espírito Santo. Os trabalhos ainda não estão generalizados, mas as primeiras amostras que chegam ao mercado dão um panorama de como promete ser a produção da safra 2016/17 do B
Os trabalhos ainda não estão generalizados, mas as primeiras amostras que chegam ao mercado dão um panorama de como promete ser a produção da safra 2016/17 do Brasil. No Sul de Minas Gerais, principal região produtora de arábica, a colheita tem surpreendido positivamente os produtores, enquanto que no Espírito Santo, maior estado produtor da variedade robusta, as perdas que eram esperadas devido a seca têm sido confirmadas.
Desde o ano passado, após a excelente florada nas fazendas do Sul de Minas Gerais, especialistas já acreditavam que a produção de café arábica neste ano seria melhor, após temporadas consecutivas de quebra. Com o início dos trabalhos em campo nos últimos dias, esse cenário foi confirmado e os cafés mostram um rendimento pós-beneficiamento até acima do que o esperado. “Temos registrado uma boa formação dos grãos. Cerca de 75% do café colhido é de peneira 16 acima e 18% de peneira 17/18. No ano passado, os grãos foram bem menores”, afirma o gerente do Departamento de Café da Capebe (Cooperativa agropecuária de Boa Esperança), Gleison de Oliveira.
A colheita do arábica na região de Boa Esperança (MG) começou em algumas fazendas já na semana passada. Mas, segundo Oliveira, ela deve ganhar ritmo mesmo a partir desta segunda-feira (25). Os trabalhos nesta temporada começaram um pouco mais cedo que o habitual por conta da florada antecipada em agosto e setembro do ano passado. As primeiras lavouras começam a florir, normalmente, apenas em outubro. Como resultado, a renda no beneficiamento do café está acima das expectativas.
A Capebe espera que a produção nesta safra na região de Boa Esperança seja entre 1,2 milhão e 1,5 milhão de sacas de 60 kg, o que representa um aumento de 35% em relação ao que foi colhido no ano passado. De recebimento dos cooperados, a previsão é de 700 mil sacas nesta safra, ante 400 mil em 2015.
Com a confirmação de uma colheita do café arábica melhor neste ano na principal origem produtora, Oliveira acredita que as instituições oficiais brasileiras podem revisar para cima os números de produção nesta safra. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) projetou em janeiro a colheita do arábica entre 37,74 e 39,87 milhões de sacas com um crescimento de 17,8% a 24,4% em relação a temporada anterior.
Primeiros grãos colhidos de robusta no ES confirmam perdas
Enquanto que em Minas Gerais as expectativas com a colheita do café têm sido acima do esperado, no Espírito Santo, maior estado produtor da variedade robusta, as primeiras amostras que chegam ao mercado só confirmam o que os envolvidos já esperavam. A quebra na safra do estado deve ser grande nesta temporada por conta da seca em 2015 e neste ano.
De acordo com o gerente de comercialização da Cooabriel (Cooperativa Agrária de Cafeicultores de São Gabriel), que é a maior cooperativa de café robusta no Brasil, ainda são poucas fazendas que começaram a colheita do café. “A porcentagem de peneira baixa tem sido cerca de 80% nessas lavouras, enquanto que as de peneira 12 acima representam 45% a 50%. Mas já esperávamos uma produção ruim nestas fazendas”, afirma.
Para ele, os trabalhos generalizados no campo devem começar mesmo a partir da segunda semana de maio. Com isso, “esperamos que os grãos colhidos sejam melhores do que os registrados agora. Ainda assim, a quebra será grande em todo o estado”, explica Calegari.
Em 2015, as plantações capixabas enfrentaram uma das maiores secas dos últimos 50 anos. Em uma medida preventiva, em meio ao risco de desabastecimento, o governo do estado priorizou o consumo humano e proibiu a irrigação das lavouras em algumas cidades no ano passado. Cerca de 80% das plantações de café robusta do Espírito Santo utilizam sistemas de irrigação.
A Conab estimou em janeiro a produção de robusta do Brasil na safra 2016/17 entre 11,39 e 12,08 milhões de sacas, com um crescimento entre 1,8 e 8% em relação à temporada anterior. Para o estado, a Companhia projeta colheita entre 7,5 e 7,9 milhões de sacas, contra 7,8 milhões em 2015. No entanto, Calegari acredita que a colheita no Espírito Santo pode ser menor que 6 milhões de sacas. “Somente com o início dos trabalhos de colheita mais avançados é que teremos um cenário melhor de como será a produção real do estado”, afirma o gerente de comercialização da Cooabriel.
Fonte: Notícias Agrícolas