Falta de mão-de-obra especializada obriga cafeicultores a investir em equipamentos para a colheita | |
”Encontrar mão-de-obra especializada hoje, é praticamente impossível. A juventude não quer saber de aprender esse ofício”. A fala do produtor Antônio Noel Piasentin, que mantém uma pequena área de 20 mil pés de café no Distrito de Paiquerê, reflete o momento em que vivem os cafeicultores em todo o País. ”Na minha propriedade, os catadores são pessoas mais velhas, já aposentadas. Funcionários acostumados a trabalhar nos cafeeiros e que conhecem bem o serviço. Mas está cada dia mais difícil conseguir isso”. Com a falta de mão-de-obra os cafeicultores se vêm obrigados a investir na mecanização. Ainda mais agora em que linhas de financiamento incentivam o cultivo do grão no estado. E as máquinas que vão aparecendo no mercado, por mais simples que sejam, agradam quem estava acostumado à mão-de-obra manual. ”É uma facilidade”, diz seu Antônio, enquanto observava o funcinamento de uma abanadeira de café e cereais. A máquina foi apresentada durante o dia de campo no Distrito de São Luiz, que reuniu cerca de 130 produtores de café de toda a região, durante a festa do Café e do Frango, tradicional no Distrito. Foram realizadas três estações de 40 minutos cada uma, onde os produtores puderam conhecer o potencial das máquinas colhedoras de café. A abanadeira, que pode funcionar tanto num barracão como no campo, é um lançamento da metalúrgica Ortofen, de Jesuítas (Oeste do Paraná). Com motor movido à gasolina, diesel ou eletricidade, a máquina funciona como uma peneira, separando o café das folhas e da terra. Um compartimento despeja os grãos direto nas sacas. O preço também foi um atrativo para os produtores: R$ 3.700. ”É um preço bom, além de necessária, é uma máquina prática e que ajuda a economizar. Acho que vale a pena investir”, concluiu seu Antônio. Outro equipamento já conhecido dos produtores e que também foi mostrado no Dia de Campo é a derriçadeira, uma espécie de ”dedos” que vibram nos galhos e derrubam os grãos de café. Com motor a diesel, a máquina subistitui o trabalho de sete pessoas na lavoura, colhendo cerca de 30 sacas de café em coco por dia. Uma outra versão da derriçadeira, o esqueletador, também foi apresentado aos produtores e faz, basicamente, o mesmo trabalho da derriçadeira. Para facilitar a colheita com as duas máquinas, um pulverizador que funciona como uma espécie de ”ventilador” pode ser usado para ”limpar” o chão debaixo dos pés de café, substituindo a enxada. A facilidade e a rapidez para inciar a colheita, são as grandes vantagens do equipamento. O investimento para as duas máquinas é de pouco mais de R$ 2 mil. Há um ano, o produtor Paulo Jacob Prescendo aderiu às facilidades da derriçadeira, também por falta de mão-de-obra especializada. A máquina está sendo usada na propriedade de cinco alqueires, onde cultiva 55 mil pés de café. ”Acho que o equipamento está rendendo bem. Colhemos uma média de 30 sacas por dia em três pessoas. Antes usava mão-de-obra de seis pessoas no mesmo período”. |