26/08/2009 – A chuva e a umidade dificultam a colheita de café no sul de Minas. Os grãos que ficaram no pé ou que estão no terreiro para secar começam a perder qualidade.
Máquinas paradas e ruas de café vazias. Não parece que é época da colheita. Só em Varginha já choveu 38 milímetros este mês. São 20 milímetros a mais do que a média histórica para agosto.
O agricultor David Henrique já colheu 80% da safra, que será de duas mil sacas. O resto vai ter que esperar. “Faz uma semana que está parado desde que começaram as primeiras chuvas. Já era para ter colhido cerca de 10% dos 20% que tenho para colher “, disse.
Sem a colheita, os frutos caem do pé. Eles acabam fermentando. A mão de obra fica ainda mais difícil por causa do chão molhado e das folhas que se misturam aos grãos. O mato também cresce rápido entre as plantas.
Além do atraso na colheita, a chuva atrapalha também a secagem dos grãos no terreiro, o que deixa a qualidade do produto comprometida.
“O grão fica manchado e piora a bebida. É fungo que vai dar problema de bebida depois”, explicou Leonardo Bíscaro, agrônomo da Fundação Procafé.
Mesmo quem tenta cobrir o café com lona não consegue evitar as perdas. “Ela protege da água que vem da chuva. Mesmo assim, ainda acaba tendo a água por baixo. Ela acaba transpirando e umedecendo a parte de cima também”, disse o agricultor Guido Reguim.
Guido deve colher 500 sacas de café este ano. Ele torce para que a estiagem não demore.