Produtores de café do Sul de Minas Gerais estão com dificuldade para contratar trabalhadores para a colheita. Em muitas propriedades o número de funcionários é menor que o necessário.
A apanha começou com um mês de atraso e agora a corrida é contra o tempo e em busca de lavradores. “O pessoal espalhou para todos os lados. Todo mundo está com o mesmo problema, correndo atrás de gente porque o trabalho está atrasado. Então, o pessoal dividiu entre os produtores”, contou o agricultor Eli Figueiredo.
Para dar conta das 15 mil sacas que devem ser colhidas na fazenda em Três Pontas seriam necessários 150 apanhadores. Mais o produtor só conseguiu contratar cem. Falta mão-de-obra e sobra café. A safra deste ano deve ser de 12 milhões de sacas na região, a segunda maior dos últimos dez anos.
Grande parte das lavouras da região fica em terrenos acidentados. Lugares onde a máquina não entra. Em uma das propriedades, a colheita do café depende da força e da disposição desses trabalhadores. Eles arrancam os grãos, retiram as folhas, ensacam e ainda ajudam a espalhar o café no terreiro para a secagem. O pagamento é por produção e é a oportunidade de um bom rendimento que atrai trabalhadores como Roberto de Souza. Ele deve receber R$ 5,00 por cada medida de 60 litros e já faz planos para o dinheiro. “Vou construir uma casinha e continuar a vida”, disse.