Conab estima a safra em 47 milhões de sacas de 60 quilos, sendo 35,3 milhões de arábica e 11,7 milhões de robusta
09 de junho de 2010 | 2h 17
Tomas Okuda – O Estado de S.Paulo
A colheita de café da nova safra 2010/2011 no sul de Minas, principal região produtora do País, avançou nos últimos 15 dias, por meio dos trabalhos de máquinas. Até então, o pouco volume tirado dos cafezais foi colhido manualmente, mas a atividade foi interrompida por causa da grande quantidade de grãos ainda verdes.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima a safra 2010/2011 em cerca de 47 milhões de sacas de 60 quilos, das quais 35,3 milhões de sacas de arábica e 11,7 milhões de sacas de robusta (conillon). Conforme um técnico de cooperativa do sul de Minas, ainda é cedo para estimar a qualidade dos cafés, \”mas, por enquanto, grão de alto padrão ainda não foi recebido\”, disse ele, argumentando que as chuvas intermitentes nas últimas semanas prejudicam a qualidade. \”O café fica manchado, com preço depreciado\”, explicou.
De acordo com o técnico, os produtores esperam uma alta dos preços, embora as cotações estejam firmes para os cafés de alta qualidade da safra 2009/2010, que se encerra oficialmente no fim deste mês. Compradores aceitam pagar entre R$ 300/R$ 310 a saca.
\”A safra 2009/2010 foi prejudicada pelo clima, a oferta de grãos finos ficou comprometida e exportadores têm demanda para cumprir compromisso de embarque\”, justificou.
Apesar dos preços firmes no mercado físico, os contratos futuros de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) estão acomodados no intervalo entre 130 cents e 140 cents, base julho. De um lado, os investidores mostram-se cautelosos com as incertezas sobre a recuperação da economia global, principalmente da Europa e dos Estados Unidos. Dados econômicos negativos elevam o nível de aversão aos ativos de risco, como as commodities agrícolas, favorecendo aplicações em renda fixa.