Publicação: 30/05/07
Preço em dólar – em torno de US$ 122 a saca – é alto, mas a conversão tem sido desfavorável ao cafeicultor
Raquel Massote
A colheita de café começa a avançar nas principais regiões produtoras do Brasil e, ainda que a safra 2007/2008 seja menor, por causa da bianualidade da cultura, técnicos e produtores comemoram o bom rendimento e a qualidade do produto. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima a safra em 32,1 milhões de sacas beneficiadas, volume 24,6% abaixo da safra anterior (42,5 milhões de sacas) . Em Minas Gerais, na safra atual a queda na produção atingirá 34,6% por causa da bianualidade, para um patamar de 14,3 milhões de sacas.
Os cafeicultores concordam que historicamente o produto nunca atingiu um nível tão alto em dólares, em torno de US$ 122/saca. Ainda assim, a conversão tem sido desfavorável ao produtor, que tem de arcar com os aumentos dos custos de produção, tanto no que se refere à mão-de-obra, quanto ao preço dos insumos.
FALTA DE INFORMAÇÕES
O vice-presidente do Conselho das Associações dos Cafeicultores do Cerrado (Caccer), Aguinaldo José de Lima, atribui a queda de preços do café à falta de informações precisas sobre o volume de estoques remanescentes no mercado internacional e à ausência de uma política de governo brasileiro que compense os produtores das perdas pela defasagem do dólar em relação ao real.
Lima defende a desoneração tributária sobre insumos, adubos e fertilizantes para atenuar o impacto causado pelo dólar. A questão talvez não seja mexer no câmbio, mas mexer nas questões que afetam os custos de produção e a desoneração da produção como compensação ao dólar baixo seria muito bem-vinda e não apenas para o café, sugere.
Editoria: AGRÍCOLA