Publicação: 09/01/07
Nos seis primeiros meses da safra 2006/2007 (de julho a dezembro), a média do Indicador do Centro de Estudos Avançados Econômica Aplicada (Cepea) e da Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz (Esalq) do café arábica (posto em São Paulo) foi de R$ 246,60 a saca de 60 kg, apenas 0,37% menor que a do mesmo período da safra passada (R$ 247,53). A queda foi contida pelos baixos estoques nos principais países produtores e pela crescente demanda internacional. A ligeira desvalorização deve-se à maior produção em 2006.
Segundo relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra 2006/07 foi de 42,5 milhões de sacas de 60 kg (arábica e conillon), aumento de 29,17% em relação à temporada anterior.
Os motivos para o aumento da última safra do País foram a bianualidade da cultura e os melhores tratos culturais favorecidos pelos bons preços do café especialmente no segundo semestre de 2005. A próxima safra (2007/2008), contudo, será menor. A estimativa da Conab é que sejam colhidas entre 31,1 milhões e 32,3 milhões de sacas de 60 kg (de arábica e conillon). Esse volume seria insuficiente para atender o mercado interno e, principalmente, o externo.
A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) prevê a utilização de estoques nacionais para compensar o baixo volume colhido. Além da bianualidade (ano de menor produção), pesa ainda o clima desfavorável para o desenvolvimento da próxima safra. O inverno brasileiro foi seco, com as chuvas chegando com certo atraso. De acordo com agentes do setor, apenas metade do parque cafeeiro nacional apresentou floradas consideradas boas.
Cotação de R$ 291,35 em dezembro
Em dezembro, o preço do café arábica tipo 6, bebida dura para melhor, foi cotado a R$ 291,35 a saca de 60 kg (posto em São Paulo), alta de 8,26% sobre o mês de novembro.
Em comparação com o mesmo mês de 2005, a alta foi ainda maior, de 17,41%, mesmo com o Brasil colhendo em 2006 um volume maior de café. Em 2007, a oferta apertada de café deverá sustentar os preços do arábica, sobretudo no início do ano, quando o Brasil ainda estará na entressafra.