Coimbra: Livro de Alberto Vilaça recorda histórias do café “A Brasileira”

18 de dezembro de 2005 | Sem comentários Especiais Mais Café
Por: Lusa - News

Coimbra: Livro de Alberto Vilaça recorda histórias do café “A Brasileira”







Coimbra, 17 Dez (Lusa) – As histórias do emblemático café “A Brasileira”, desaparecido da baixa coimbrã em finais do século XX, constam de um livro escrito pelo resistente antifascista Alberto Vilaça que foi hoje lançado em Coimbra.


“à mesa d’A Brasileira – Cultura, Política e Bom Humor” é o título da obra, que foi apresentada na Casa Municipal da Cultura por José Carlos Vasconcelos e Abílio Hernandez, amigos do autor e frequentadores do café nas recuadas décadas de 60 e 70 do século XX.


“A Brasileira foi uma casa, um lugar, era a ligação aos amigos e o local a partir do qual víamos o mundo”, afirmou José Carlos Vasconcelos, director do Jornal de Letras e antigo estudante de Coimbra.


Durante mais de cinco décadas foi um dos cafés míticos da cidade de Coimbra, constituindo um “importante lugar de convívio e debate, onde se reuniam várias tertúlias de diferentes afinidades, ideológicas ou outras”, segundo o autor.


“A Brasileira para nós foi uma espécie de centro do mundo que nos ligava ao local, mas nos projectava no universal”, refere ainda José Carlos Vasconcelos.


O professor Abílio Hernandez Fernandes, outro dos frequentadores assíduos d’A Brasileira, afirmou que era ali que “cultivávamos e forjávamos amizades”, lamentando que se tenham perdido as tertúlias na cidade.


“O livro faz o registo do quotidiano e das memórias de uma imensa comunidade que teve em comum uma experiência”, sublinhou o ex- director de Coimbra 2003 Capital Nacional da Cultura.


“à mesa d’A Brasileira – Cultura, Política e Bom Humor” é uma obra que ultrapassa as 200 páginas, lançada pela nova editora Calendário, que se estreia na edição de livros.


A publicação é o retrato vivo de uma época, de pessoas, e de histórias contadas de forma despretensiosa e divertida por Alberto Vilaça, de 74 anos.


Nascido em Coimbra, em 1929, exerceu a profissão de advogado e desenvolveu uma intensa actividade antifascista, tendo, por isso, sido preso por seis vezes pela PIDE.


Após o 25 de Abril, presidiu à Junta Distrital de Coimbra e durante vários anos integrou a Assembleia Municipal da cidade e a Comissão de Toponímia, eleito nas listas do PCP, ao qual aderiu em 1949.


Citando a frase de Júlio Dantas “recordar é viver”, o autor confessou na apresentação da sua obra que “a tarefa de ir mexer na memória e buscar episódios foi algo de muito estimulante”.


Alberto Vilaça explicou que a ideia deste livro nasceu logo após o encerramento d’A Brasileira, em 1995, por iniciativa e incentivo da sua mulher Natércia.


AMV.


Lusa/Fim

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