A produção mundial de café em 2006/07 deve ultrapassar a demanda em 5 milhões de sacas de 60 quilos após um déficit de 5,4 milhões de sacas em 2005/06, afirmou Andrea Thompson, analista da CoffeeNetwork.
LONDRES (Reuters) – A produção mundial de café em 2006/07 deve ultrapassar a demanda em 5 milhões de sacas de 60 quilos após um déficit de 5,4 milhões de sacas em 2005/06, afirmou Andrea Thompson, analista da CoffeeNetwork.
A colheita mundial deve crescer para o nível recorde de pelo menos 124 milhões de sacas em 2006/07, ante 111,4 milhões no ano anterior, com a produção se recuperando nos principais países produtores, como Brasil (maior produtor de arábica) e Vietnã (líder na produção de conillon), afirmou a analista em um relatório.
Ela disse que, contudo, o crescimento firme da demanda pode resultar em dois anos seguidos de déficits a partir de 2007/08, pela primeira vez desde meados dos anos 90.
“O consumo global de café vem aumentando num ritmo firme, aproximando-se de níveis capazes de absorver uma grande produção mundial no século 21, considerando um ano de alta produção no Brasil, safra grande no Vietnã e aumento da oferta em países que vêm produzindo mais café”, disse Thompson.
Os preços do café arábica e conillon saltaram para a máxima de cinco anos e meio no começo deste ano devido à esperada queda na produção brasileira, em consequência do ciclo bienal do café, e uma redução também no Vietnã, influenciada por condições climáticas desfavoráveis.
A produção do Brasil deve se recuperar para 46 milhões de sacas em 2006/07, ante 34 milhões em 2005/06, afirmou Thompson em entrevista por telefone. Também a produção vietnamita deve aumentar porque as lavouras geralmente se recuperam fortemente depois de um ano de seca.
Ela também notou que a produção em países que não os três maiores produtores –Brasil, Vietnã e Colômbia–, está subindo devido a uma recuperação nos preços após a mínima de 30 anos registrada em 2002.
“O crescimento previsto da produção em nações asiáticas como Laos, China e Camboja, assim como em pequenos países produtores da África que retomaram seus setores de café há alguns anos, deve compensar qualquer queda em países produtores tradicionais da América Central e da América Latina”, disse Thompson no relatório.
(Por Eleanos Wason)