Publicação: 02/01/08
O porto de Santos projeta crescimento de 4,8%, para 86 milhões de toneladas, em 2008, ante os esperados 82 milhões de toneladas em 2007. O crescimento no ano passado representa avanço de 7,5% sobre o ano anterior. O desempenho da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), em 2007, com receitas de arrendamentos e cobrança pela oferta de infra-estrutura marítima e terrestre, leva a estatal que administra o porto de Santos a um superávit contábil equivalente a R$ 70 milhões no ano, após saldo negativo de R$ 120 milhões, no exercício anterior.
A empresa, que carrega um passivo ao redor de R$ 800 milhões, mostra que o carro-chefe dos investimentos no porto concentram-se no setor privado, que investiu no ano passado R$ 297 milhões, em contraposição às aplicações do público, da ordem de R$ 22 milhões, ainda assim, 82% acima do ano anterior. Com a função de operar o porto, o segmento privado investe na busca de manutenção da eficiência e obtenção de melhores resultados. Terminais como da Santos Brasil, Libra, Tecondi, Adonai, Rodrimar, TGG/Termag, Cosan, Teaçu e Concais (de passageiros), responderam pela maior fatia dos investimentos no ano passado. Para este ano, outros R$ 250 milhões estão estimados pela Codesp, a serem aplicados pelos terminais da Granel Química, Petrobras, Tecondi, Terminal Intermodal de Santos (TIS), Brasil Terminal Portuário, Itamaraty, Multicargo, NST, Tecon 3 e Embraport.
Nas estimativas para 2008, a empresa conta com novos desempenhos positivos da carga geral, na qual se destacam os contêineres, cujo fluxo deve atingir a 2,67 milhões de TEUs (sigla em inglês para unidade de 20 pés), o que representará um aumento de 7% sobre o estimado para 2007. Para os granéis líquidos, a meta é de movimentação de 0,5% acima do estimado para o ano passado.
Os granéis sólidos deverão movimentar 36,7 milhões de toneladas. Neste item, a estatal projeta aumentos de 18,2% para a soja e 10,2% para o açúcar, produtos que têm capitaneado o setor agrícola portuário.
José Di Bella Filho, que assumiu a direção da Codesp em setembro, quando houve troca de toda a diretoria, sustenta que “um novo modelo de gestão, que tem como motor gerador de resultados a delegação de competência está sendo estruturado; buscamos uma administração do porto com uma nova visão e missão”. A empresa, que acaba de ser retirada do Programa Nacional de Desestatização, segundo Di Bella, terá como meta tornar o porto “um promotor de negócios e interiorizar suas atividades”.
A expressão “mercado”, que passou a integrar o discurso dos novos dirigentes da estatal, ganha amplitude com as aspirações de seu presidente, ao projetar o papel da Codesp como agente regulador dentro do porto, na mediação de conflitos, “tendo como meta adotar o sistema de governança corporativa”. Nessa direção, a empresa vai promover um evento com os arrendatários de áreas, com vistas a estabelecer “de forma conjunta, um planejamento estratégico para o porto de Santos”, diz.
Os esforços da administradora, para 2008, em termos de infra-estrutura, vão se concentrar na continuidade da perimetral da margem direita, que está com 25% de seu traçado em obras, com previsão de conclusão de 2,3 quilômetros até março, construção de ciclovia e três bicicletários, em uma extensão de quatro quilômetros e início das obras da perimetral esquerda (lado de Guarujá), com aviso de licitação a ser publicado até o final deste mês.
Os serviços de dragagem de manutenção prosseguem. Em 2007 foram retirados 1,2 milhão de metros cúbicos de sedimentos do canal de navegação e berços de atracação. Na área de segurança, o porto de Santos, segundo a Codesp, está apto a receber a inspeção para recebimento da Declaração de Cumprimento pelas autoridades do Ministério da Justiça, a quem cabe a fiscalização em torno do ISPS Code. O próximo passo, nesse item, é a aquisição do sistema VTMS (Vessel Traffic Management System) e do AIS (Automatic Identification System), para identificação e monitoramento das embarcações que utilizam o porto.