Cochonilhas
As cochonilhas que atacam mais comumente os cafeeiros são: Coccus viridis-
Cochonilha verde, Planococcus citrie/ou Planococcus minor-cochonilha branca ou
dos frutos, Cerococcus catenarius- Cochonilha-de-cadeia, e Dysmicoccus cryptus-
Cochonilha-de-raiz.
As cochonilhas verde e parda atacam os ramos e as
folhas novas e nessas se localizam ao longo da nervura principal. As
cochonilhas-de-cadeia se aglutinam em forma de fileira (cadeia) ao longo dos
ramos tronco. O ataque ocorre normalmente em reboleiras.
A cochonilha
branca ataca ramos novos, folhas, botões florais e frutos. Nas frutificações, o
inseto se instala dentro das rosetas, sugando o pedúnculo e a base dos frutos,
onde se pode observar substância branca em forma de lã, secretada pelo inseto e
que serve para proteger os ovos junto ao adulto.
A cochonilha-de-placa, a
Orthezia, ataca os ramos, as folhas e mesmo os frutos. É uma praga séria
para os citrus e tornou-se grave em algumas áreas de café Conillon, no Espirito
Santo, devido a desequilíbrios causados, em certos anos, por estiagens
prolongadas. A fêmea é branca, comprida (com 3 a 5mm), e quando jovem, fica
presa à face inferior das folhas e à base do tronco do cafeeiro. Os machos são
alados e voam sobre os ramos ao fim da tarde.
A cochonilha-de-raiz
aparece principalmente em solos arenosos e se localiza sobre as raízes
principais do cafeeiro. Tem cor rósea e cinza, sendo recoberta por nodosidades
chamadas pipocas. Os sintomas aparecem no período seco, observando-se plantas
amarelas, murchas, desfolhadas e fracas. Arrancando-se essas plantas, observa-se
nodosidades escuras sobre a raiz principal, logo abaixo do solo, com presença de
formigas.
Os prejuízos causados pelas cochonilhas são devidos à sucção de
seiva, que enfraquece a planta, chegando até a matar os cafeeiros (no caso de
cochonilha-de-placa e de raiz). Um líquido açucarado é excretado em suas fezes e
dá origem ao crescimento de fungos do gênero Capnodium, a fumagina, que
recobre as folhas com uma camada escura, reduzindo a fotossíntese das plantas.
Esse mesmo açúcar atrai colônias de formigas, que entram em simbiose com as
cochonilhas, muitas vezes protegendo-as com terra, e carregando-as também de um
lado para outro, facilitando sua disseminação. A cochonilha dos frutos causa
graves perdas pelo chochamento dos frutinhos, chegando à secas complemente as
rosetas.
A cochonilha verde é mais freqüente no período chuvoso e a
branca no período de crescimento dos frutos, a partir de fevereiro-março.
São favoráveis ao ataque de cochonilhas as condições climáticas
adversas, especialmente os períodos de estiagem prolongada, bem como os
desequilíbrios causados pelo uso inadequado de defensivos, que reduzem os
inimigos naturais das cochonilhas (fungos e insetos).
COCHONILHAS
Cochonilha Verde (Coccus
viridis)
A
cochonilha verde é um inseto oval, achatado, tendo 2 a 3 mm de comprimento. É
encontrada normalmente em ramos e folhas novas, ao longo da nervura principal.
Após sua fixação, o inseto perfura as folhas com seu aparelho bucal e inicia a
sucção da seiva. O seu período de postura é de 50 dias e cada fêmea é capaz de
colocar 150 ovos, neste período. Reprodução sexuada ou partenogênica.
Cochonilha Branca ( Planococcus citri
)
A
cochonilha branca possui de 3 a 5 mm de comprimento. Caracteriza-se por
apresentar, lateralmente, 17 apêndices de cada lado, de coloração branca
pulverulenta e outros dois apêndices terminais maiores que os laterais.
Localizam-se nos ramos mais novos, folhas, botões florais e
preferencialmente frutos, desde os estágios chumbinho à maduro, instalando-se na
base dos mesmos e nos pedúnculos. O ataque na lavoura é facilmente reconhecido
face à secreção de uma substância lanuginosa, de cor branca, que serve para
proteger os ovos junto ao corpo do inseto. As formas jovens possuem coloração
rosada e as adultas castanha amarelada.
Sua
capacidade de ovoposição é cerca de 400 ovos e seu ciclo evolutivo completo é de
25 dias em média. Reprodução sexuada.
Cochonilha da raiz ( Dysmicoccus cryptos
)
Muito
semelhante à cochonilha branca, a cochonilha da raiz do cafeeiro na fase adulta
mede de 2,5 a 3 mm de comprimento por 1,5 a 2 mm de largura . Sob a cerosidade
branca que a envolve, apresenta uma coloração rosada ou ainda cinza
esverdeada.
Esta
espécie excreta um líquido açucarado, que condiciona o desenvolvimento de um
fungo do gênero Bornetina, formando assim uma cripta sobre a colônia. A sucessão
de criptas, também chamadas pipocas, se apresenta com aspecto de nodosidade das
raízes, e servem para alojar o inseto.
Segundo os dados de Nakano (1972), o inseto pode dar até 5 gerações
anuais. Em um período de 52 dias cada indivíduo pode dar origem a outros 253.
Reprodução partenogenética.
Cochonilha de placa ( Orthezia praelonga
)
A
cochonilha de placa foi encontrada atacando cafeeiros arábica no norte do Paraná
(1979/80) e cafeeiros robusta no Espírito Santo (1983). Esta é conhecida por
apresentar placas ou lâminas cérias, simetricamente disposta sobre o corpo,
constituindo, na parte posterior um saco cério calcáreo, semelhante a uma cauda,
com o nome de ovissaco (4,5 mm).
Corpo
com 2 mm de comprimento e largura máxima de 2 mm. Ataca ramos, folhas e até
frutos. Até o momento, apresenta importância reduzida em café, devido a baixa
freqüência de ocorrência; entretanto é uma das pragas mais sérias de
citrus.
Os
danos causados por estes insetos manifestam diretamente pela sucção contínua da
seiva, contribuindo para o depauperamento da planta, chegando até ao seu
extermínio, conforme a gravidade do ataque.
O
definhamento da planta, manifesta-se através do amarelecimento, queda de folhas,
de frutos, chochamento de frutos e seca de ponteiros. Naturalmente que estes
sintomas vão aparecer com maior ou menor intensidade, dependendo da capacidade
de resistência de sugar a seiva e da intensidade do ataque. Estes insetos
segregam um líquido açucarado, que cai sobre as folhas e serve como meio de
cultura ao fundo chamado fumagina, que reveste a folhagem de uma camada preta
prejudicando a fotossíntese e a respiração da planta.
As
picadas sucessivas nas plantas podem favorecer também a penetração de
microorganismos, causadores de doenças. A presença de formigas é uma constante
nas áreas atacadas.
A
cochonilha verde ocorre com maior freqüência no período chuvoso, nos meses de
novembro a janeiro. Quanto a cochonilha branca, a época de maior incidência tem
sido a partir de março, com as primeiras estiagens : o ataque muitas vezes
prolonga-se até o início da estação chuvosa.
No
caso da cochonilha de raiz os sintomas de ataques são mais evidentes no inverno,
quando ha problemas de falta d’água e de menor circulação da
seiva.
Fonte: http://www.florestasite.com.br/ e
Fonte: Cultura de Café no Brasil Novo Manual de Recomendações
(Matiello, Santinato, Garcia, Almeida e Fernandes).