A Cocatrel será responsável pela implantação do projeto piloto que abrangerá inicialmente pequenos produtores com até 10 hectares de café, totalizando 60 mil hectares entre os cooperados.
Uma reunião no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), realizada nesta quinta-feira (17), marcou a formalização do contrato entre a Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas (Cocatrel) e a ProNatura Internacional, visando o desenvolvimento do projeto “Cafeicultura Brasileira Sustentável – Sistema de Compensação de Crédito de Carbono na Apólice de Seguro Rural no Brasil”. Trata-se de uma iniciativa do MAPA que tem como parceiro a ProNatura, sendo apoiada pelo Conselho Nacional do Café (CNC) e a Cocatrel.
A Cocatrel será responsável pela implantação do projeto piloto que abrangerá inicialmente pequenos produtores com até 10 hectares de café, totalizando 60 mil hectares entre os cooperados.
O programa tem como objetivo a compensação financeira direta ou aplicação de descontos em apólices de seguro rural, beneficiando diretamente os produtores que adotarem práticas conservacionistas dentro do modelo de agricultura regenerativa, em troca de créditos de carbono. A escolha da cooperativa por parte do MAPA foi feita após análise do perfil dos produtores. Atualmente, a Cocatrel conta com cerca de 8,5 mil cooperados, sendo que, aproximadamente 80% deles atuam em propriedades com área entre 5 e 12 hectares.
O presidente da Cocatrel destacou a importância da iniciativa para a cooperativa, que assumirá um papel central como protagonista do projeto piloto. Thamiris Pereira reforçou que a adesão dos produtores será fundamental para o sucesso do projeto, mencionando que o processo de convencimento e engajamento será uma etapa fundamental nos próximos meses.
Funções no programa
O MAPA atuará como catalisador e facilitador do projeto, assegurando que as políticas públicas estejam alinhadas com os objetivos de sustentabilidade, apontando para a importância da contratação de seguro rural por parte dos produtores de café.
Já o CNC, será responsável por apresentar ao Ministério da Agricultura as cooperativas associadas que vierem a ter interesse em participar do projeto.
A ProNatura, por sua vez, ficará encarregada de buscar os investimentos necessários para a implementação do programa, enquanto a UFLA trará credibilidade científica com a elaboração de protocolos e metodologias adequados à cafeicultura sustentável.
Luís Roberto Batista, pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UFLA, e Paulo Henrique Montagnana Vicente Leme, diretor de Inovação e Tecnologia da universidade, destacaram a importância de unir ciência e prática no campo, para garantir a eficiência e a precisão do monitoramento de carbono.
Nos próximos meses, será finalizado o processo de viabilidade técnica e definidas as propostas de remuneração dos produtores, que poderão se beneficiar não só com o aumento da sustentabilidade de suas lavouras, mas também com retornos financeiros via créditos de carbono ou descontos nas apólices de seguro.
O presidente do CNC elogiou o envolvimento dos parceiros e destacou o compromisso do Secretário Guilherme Campos com a cafeicultura nacional. “O Secretário sempre teve um papel extraordinário na defesa dos interesses do agro. Temos que destacar que desde que ele assumiu a SPA, o setor cafeeiro tem encontrado portas abertas para tratar das demandas da cafeicultura. Ele atua com maestria, utilizando seu senso prático para que as ações saiam do discurso e se tornem realidade”, ressaltou Silas Brasileiro, destacando ainda que o projeto terá dez anos de duração, trazendo confiabilidade para seu aperfeiçoamento, sendo que a partir de 2025 estará aberto a todas as cooperativas que se interessarem em participar.
O envolvimento da Cocatrel no projeto também recebeu destaque por parte do presidente do Conselho Nacional do Café. “O presidente Jacques Miari tem uma posição marcante frente aos interesses da cooperativa. Mesmo com pouco tempo de gestão, notadamente, a Cocatrel continua a crescer e se destacar sob o seu comando”, finalizou.
Foto: Guilherme Martimon/MAPA
Com informações do Conselho Nacional do Café – CNC
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