Coamo fatura quase R$ 6 bilhões em 2011

10 de fevereiro de 2012 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

Por Marli Lima | De Curitiba


A direção da paranaense Coamo, maior cooperativa agropecuária do país, entrou em 2011 com a meta de romper a barreira de R$ 5 bilhões em receitas, mas o ano foi melhor que o previsto e, por pouco, não chegou aos R$ 6 bilhões. Ela registrou faturamento de R$ 5,97 bilhões, 25% mais que no exercício anterior. O resultado foi favorecido pelo crescimento de 9% no recebimento de grãos e por bons preços na comercialização de soja e milho.


“Faltou quirerinha. Se não tivesse transferido uns navios de dezembro para janeiro, teria passado dos R$ 6 bilhões”, disse o diretor-presidente, José Aroldo Gallassini. Para 2012, mesmo com a estiagem que atinge a safra de verão, a intenção é expandir o recebimento de grãos, seja por meio de associados ou de terceiros, e investir em armazenamento e entrepostos.


Recentemente a cooperativa lançou internamente uma campanha para chegar ao recebimento de 100 milhões de sacas de grãos em 2012 (foram 92 milhões de sacas em 2011). “Vamos superar”, adianta o executivo, que também é produtor. Além de contar com a produção de associados que não entregaram toda a produção na Coamo, a direção conta também com a possibilidade de compra de safra de terceiros.


Ontem à tarde, Gallassini estava aguardando a previsão de chuva ser cumprida para interromper o segundo período de estiagem, iniciado há duas semanas. O primeiro, no fim do ano, foi prejudicial para as plantações feitas até meados de outubro. Nas áreas atendidas pela cooperativa nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, a estimativa de perdas chega até agora a 15% tanto para milho como para soja.


Sobre os preços, ele disse que em 2011 o milho foi comercializado por mais de R$ 20 a saca e a soja, por mais de R$ 40, e acrescentou que “o mercado vai continuar bom em 2012”. No ano passado a cooperativa investiu R$ 153 milhões para melhorar a estrutura de recebimento e armazenamento e, embora novos valores ainda não estejam definidos, ele adiantou que mais R$ 200 milhões devem ser usados em armazéns e entrepostos nos próximos dois anos.


Em dezembro, a cooperativa antecipou a distribuição de R$ 54 milhões em sobras para os cooperados, como sempre faz, para ajudar a melhorar as festas de fim de ano. A partir do dia 13, seus 24,4 mil cooperados vão receber o que falta. Ao todo, a Coamo vai pagar R$ 161 milhões referentes a sobras do ano passado – em 2010, elas somaram R$ 103 milhões.


Questionado sobre a possibilidade de entrar em novos segmentos, como carnes, ele descarta. “Queremos ampliar nosso negócio”, responde. A área de varejo, na qual atua com margarina, café, gordura vegetal e farinha de trigo, foi responsável por quase 10% das receitas. Os produtos são distribuídos de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul. Em 2011, a Coamo passou a atuar também no segmento de ração animal, com marca própria e produção terceirizada. “Isso está crescendo e, amanhã ou depois, vamos ter nossa própria indústria”, adianta, sem revelar o prazo certo.

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Coamo fatura quase R$ 6 bilhões em 2011

10/02/2012 
  
 
 
Por Marli Lima | De Curitiba | Valor Econômico


A direção da paranaense Coamo, maior cooperativa agropecuária do país, entrou em 2011 com a meta de romper a barreira de R$ 5 bilhões em receitas, mas o ano foi melhor que o previsto e, por pouco, não chegou aos R$ 6 bilhões. Ela registrou faturamento de R$ 5,97 bilhões, 25% mais que no exercício anterior. O resultado foi favorecido pelo crescimento de 9% no recebimento de grãos e por bons preços na comercialização de soja e milho.


“Faltou quirerinha. Se não tivesse transferido uns navios de dezembro para janeiro, teria passado dos R$ 6 bilhões”, disse o diretor-presidente, José Aroldo Gallassini. Para 2012, mesmo com a estiagem que atinge a safra de verão, a intenção é expandir o recebimento de grãos, seja por meio de associados ou de terceiros, e investir em armazenamento e entrepostos.


Recentemente a cooperativa lançou internamente uma campanha para chegar ao recebimento de 100 milhões de sacas de grãos em 2012 (foram 92 milhões de sacas em 2011). “Vamos superar”, adianta o executivo, que também é produtor. Além de contar com a produção de associados que não entregaram toda a produção na Coamo, a direção conta também com a possibilidade de compra de safra de terceiros.


Ontem à tarde, Gallassini estava aguardando a previsão de chuva ser cumprida para interromper o segundo período de estiagem, iniciado há duas semanas. O primeiro, no fim do ano, foi prejudicial para as plantações feitas até meados de outubro. Nas áreas atendidas pela cooperativa nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, a estimativa de perdas chega até agora a 15% tanto para milho como para soja.


Sobre os preços, ele disse que em 2011 o milho foi comercializado por mais de R$ 20 a saca e a soja, por mais de R$ 40, e acrescentou que “o mercado vai continuar bom em 2012”. No ano passado a cooperativa investiu R$ 153 milhões para melhorar a estrutura de recebimento e armazenamento e, embora novos valores ainda não estejam definidos, ele adiantou que mais R$ 200 milhões devem ser usados em armazéns e entrepostos nos próximos dois anos.


Em dezembro, a cooperativa antecipou a distribuição de R$ 54 milhões em sobras para os cooperados, como sempre faz, para ajudar a melhorar as festas de fim de ano. A partir do dia 13, seus 24,4 mil cooperados vão receber o que falta. Ao todo, a Coamo vai pagar R$ 161 milhões referentes a sobras do ano passado – em 2010, elas somaram R$ 103 milhões.


Questionado sobre a possibilidade de entrar em novos segmentos, como carnes, ele descarta. “Queremos ampliar nosso negócio”, responde. A área de varejo, na qual atua com margarina, café, gordura vegetal e farinha de trigo, foi responsável por quase 10% das receitas. Os produtos são distribuídos de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul. Em 2011, a Coamo passou a atuar também no segmento de ração animal, com marca própria e produção terceirizada. “Isso está crescendo e, amanhã ou depois, vamos ter nossa própria indústria”, adianta, sem revelar o prazo certo.

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