CNC: Setor cafeeiro apresenta demandas à ministra da Agricultura, Kátia Abreu

31 de janeiro de 2015 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

BALANÇO SEMANAL — 26 a 30/01/2015


REUNIÃO NO MAPA — Na segunda-feira, 26 de janeiro, atendemos ao convite da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, senadora Kátia Abreu, para participarmos de audiência, na sede da Pasta, com representantes de todos os elos da cadeia café. Foram apresentados os cenários e as demandas de cada segmento e a ministra se posicionou a respeito das matérias. Repassamos, abaixo, os principais temas abordados.


a)    Preço mínimo: o Mapa irá trabalhar uma nova metodologia para o cômputo dos preços mínimos não apenas do café, mas de todas as culturas, envolvendo instituições como Cepea, UFLA, UFV, Embrapa, entre outros. Após a definição, a Conab passará a atuar na compilação dos dados com base nessa nova metodologia.


b)    Marketing: a ministra prometeu empenho total e absoluto, junto ao ministro do Turismo, Vinicius Nobre Lages — segundo ela, um especialista no setor de alimentos e gastronomia —, e à Apex-Brasil para que o setor ainda possa aproveitar a oportunidade da Olimpíada 2016, que será realizada no País.


c)    Opções: Kátia Abreu citou que conversará com o secretário adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, João Rabelo, para que seja retomado o projeto e a viabilidade da implantação dessa ferramenta de mercado, que deverá ser compartilhado com todos os elos do setor e, por fim, encaminhado ao Mapa de forma consensual.


d)    Rotulagem: a ministra solicitou a todos os setores da cadeia café que apresentem suas medidas e manifestações, apresentando justificativas válidas a respeito do Projeto de Lei que sugere a rotulagem do café, de maneira que se possa fazer um trabalho com critérios viáveis, agregando ao texto que vem tramitando no Congresso Nacional.


e)    Solúvel: a titular do Mapa quer conhecer o projeto que a Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics) vem desenvolvendo com o intuito de elevar em 50% as exportações do setor nos próximos 10 anos. A ministra também anotou que é necessário encontrar solução para as barreiras comerciais impostas ao produto no exterior (Ex: 9% na Europa e 15% no Japão), mas alertou para o fato do que estaremos dispostos a dar em troca. Com vistas nisso, informou que é necessário encontrar uma providência de consenso.


f)     Funcafé: por fim, a senadora Kátia Abreu solicitou a todos os elos do setor que formalizem um pedido de apoio e manutenção dos recursos para todas as linhas do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé).


EMERGÊNCIA FITOSSANITÁRIA — Também na segunda-feira, o Ministério da Agricultura atendeu a uma solicitação do Conselho Nacional do Café e da Comissão Nacional do Café da CNA e publicou, no Diário Oficial da União, as portarias nº 11 e nº 12, declarando estado de emergência fitossanitária referente ao risco de surto da broca para os Estados de São Paulo e Espírito Santo. Com essa medida, ficam autorizadas ações emergenciais para evitar o surto da praga em ambos os Estados, que, junto com Minas Gerais — cuja declaração de emergência ocorreu em 2014 —, estão autorizados a importar inseticidas à base de Ciantraniliprole para o combate à broca.


Essa publicação foi uma vitória do setor produtor da cafeicultura nacional, haja vista que, desde 2012, quando soubemos que o Endosulfan, único produto com princípio ativo existente para o combate dessa praga no Brasil, sairia de circulação sem a aprovação de produtos substitutivos, iniciamos reuniões com o Governo Federal para evitar perdas de até 20% na produção de lavouras virtualmente afetadas pela broca, o que impactaria diretamente na renda do produtor.


No ano passado, o CNC e a Comissão Nacional do Café da CNA trabalharam juntamente aos principais Estados produtores para que solicitassem ao Governo a declaração de emergência fitossanitária e não ficassem desprovidos de produtos para o combate à praga. Com a publicação do dia 26 no DOU, atualmente as três principais unidades federativas produtoras estão em estado de emergência fitossanitária. Por fim, recordamos, ainda, que os demais Estados que tenham interesse na utilização do produto devem se manifestar nesse sentido, a exemplo do realizado por MG, ES e SP.


MERCADO — As cotações futuras do café voltaram a ser pressionadas nesta semana pela ocorrência de chuvas, embora não generalizadas, sobre as regiões produtoras e por movimentos de realização de lucros. Essa tendência denota que o mercado continua ignorando o real cenário produtivo brasileiro, já que as recentes chuvas, embora tragam alívio às lavouras castigadas pelo veranico, não revertem o quadro de déficit de precipitações nas principais origens nacionais.


Segundo a Somar Meteorologia, até hoje estavam previstos acumulados entre 30 mm e 60 mm sobre áreas produtoras de café do Paraná, São Paulo, Sul de Minas e Cerrado Mineiro. Por outro lado, a empresa previa uma semana de calor e poucas precipitações na Bahia, Zona da Mata Mineira e no Espírito Santo.


Já a Climatempo informou que, dentro da região Sudeste, o Espírito Santo é o Estado em situação mais crítica de falta de chuvas. Dados do Sistema de Monitoramento Agrometeorológico (Agritempo) mostram que o segundo maior produtor de café do Brasil está há 30 dias praticamente sem nenhuma gota de chuva, e prestes a registrar o mês de janeiro mais quente e seco desde 1961.


Mesmo diante dessa preocupante situação, o vencimento março do Contrato C, negociado na bolsa de Nova York, foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,6 por libra-peso, acumulando queda de 245 pontos em relação ao final da semana passada. Já na ICE Futures Europe, o vencimento março/2015 acumulou ganhos de US$ 13, encerrando a sessão de ontem a US$ 1.944 por tonelada. 


No mercado físico brasileiro, os negócios seguiram fracos devido aos preços situarem-se aquém das expectativas dos vendedores, que aguardam novas valorizações. Na quinta-feira, os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 445,68/saca e a R$ 284,24/saca, respectivamente, com variação de 0,7% e 0,6% no acumulado da semana.


Ontem o dólar comercial encerrou a sessão em alta, a R$ 2,6121, com ganhos de 0,9% desde a última sexta-feira. Dados que sinalizam o fortalecimento da economia norte-americana motivaram essa tendência.


 


Fonte: CNC

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