Valor PRO
21/12/2012
O Conselho Nacional do Café (CNC) estima que diante dos números finais da safra 2012/13, divulgados ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de 50,83 milhões de sacas, não haverá escassez de café nos próximos anos, exceto ocorra algum problema climático grave. Por outro lado, os números também não sugerem que haja a formação de excedentes de oferta que justifiquem o comportamento de preços verificado nos últimos meses, com quedas significativas.
Em janeiro, a Conab vai divulgar a primeira estimativa para a safra 2013/14. Em relatório semanal, o CNC diz o próximo ciclo será certamente inferior ao colhido neste ano. Ontem, em entrevista ao Valor PRO, o presidente da entidade, Silas Brasileiro (foto: divulgação CNC), disse que a partir de informações de cooperativas, a temporada 2013/14 é projetada para ser cerca de 10% inferior à atual — entre 44 milhões e 45 milhões de sacas.
O CNC prevê também que os embarques de café em 2013 ficarão próximos aos níveis de 2012, por volta de 29 milhões de sacas. O número, somado ao consumo projetado, deverá levar a um quadro de estoques de passagem novamente apertados, como nos últimos anos.
Por isso, uma das políticas possíveis que a entidade gostaria que fosse implementada é o financiamento, com recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), para aquisição, no mercado, de opções de venda, tornando os preços e o acesso a estes instrumentos mais abertos aos produtores. De posse de seguro de preços, além da tranquilidade e a capacidade de planejamento que o cafeicultor poderá adquirir ao saber que terá um valor remunerativo garantido para o seu produto, também o mercado passará a funcionar mais tecnicamente, com menor volatilidade e menor espaço para a especulação.
A proposta está sendo discutida com a Câmara de Café da BM&FBovespa e com o governo.