O anúncio, que consta no cronograma de metas para 2016 do Mapa, foi feito em reunião realizada na sede da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA
RECURSOS DO FUNCAFÉ — Na terça-feira, 23 de fevereiro, a ministra da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, mencionou que a Pasta irá
antecipar, neste ano, a liberação dos recursos do Fundo de Defesa da Economia
Cafeeira (Funcafé) para as linhas de crédito destinadas ao financiamento da
atividade, assim como para o Programa de Pesquisa do Café e de Capacitação de
Produtores e Técnicos. O anúncio, que consta no cronograma de metas para 2016 do
Mapa, foi feito em reunião realizada na sede da Frente Parlamentar da
Agropecuária (FPA), e, no dia seguinte, reiterado às lideranças que compõem o
Fórum das Entidades Representativas do Agronegócio do Brasil (FERAB), no qual o
CNC é representado pelo presidente executivo Silas Brasileiro.
O Conselho Nacional do Café enaltece e espera que a iniciativa, sempre
defendida pelo setor, seja concretizada, o que permitirá que todos os elos da
cadeia produtiva tenham acesso aos recursos em tempo hábil, possibilitando um
melhor equilíbrio mercadológico e, principalmente, não obrigando os produtores a
venderem a preços aviltados, na época da colheita, para honrarem seus
compromissos, e também não possibilitando preços supervalorizados que atrapalhem
o fluxo de indústrias e exportadores.
Recordamos, ainda, que, se confirmada, essa é mais uma conquista dos
trabalhos que o CNC desempenha em prol do setor, haja vista que, em 3 de
fevereiro, realizamos audiência com Kátia Abreu para discutirmos, entre outras
matérias, a necessidade de disponibilização imediata, antes do lançamento do
Plano de Safra, dos recursos destinados para as linhas de crédito do Funcafé em
2016. Essa demanda foi formalizada através de ofício conjunto entre Conselho
Nacional do Café e CNA enviado à ministra, no dia 4 deste mês, ratificando a
necessidade de acesso aos recursos do Funcafé pelos produtores rurais e suas
cooperativas em tempo hábil para efetuar a colheita que se aproxima, bem como
para promover o ordenamento da oferta da próxima temporada.
No documento, alertamos à ministra da Agricultura que é fundamental que os
recursos do Funcafé sejam disponibilizados de imediato para que o Fundo possa
cumprir suas funções principais, que são a capitalização dos produtores e suas
cooperativas para a colheita, atividade onerosa devido à necessidade de
contratação de mão de obra, com pagamento semanal, e o financiamento da
estocagem, evitando excesso de oferta de café no mercado entre os meses de abril
e julho e, consequentemente, o aviltamento da renda dos produtores.
MERCADOS PRIORITÁRIOS — Na segunda semana de janeiro, o Conselho Nacional do
Café encaminhou, a seus associados, uma planilha elaborada e enviada a nós pela
Secretaria de Relações Internacionais do Mapa, a qual possui o intuito de
definir os mercados prioritários para a cafeicultura brasileira.
Após o retorno das cooperativas e associações, a assessoria técnica do CNC
compilou as informações e enviou ao Ministério da Agricultura, contribuindo para
a definição da lista dos mercados prioritários constantes no documento “Abertura
e ampliação de mercados para produtos do agronegócio: metas 2016”, que foi
exposto pela ministra Kátia Abreu na reunião da FPA e, no dia 24, apresentado ao
colegiado do FERAB, em reunião realizada na sede do Mapa.
Com informações como para quais países o associado possui interesse em
exportar (conquistar novo país de destino ou ampliar volumes vendidos para um
que já exporta); qual os graus de atenção (alto, médio ou baixo) desses
mercados; se já foi realizado contato e se foi identificada alguma dificuldade
para concretizar a exportação; detalhamento da situação que o mercado alvo se
encontra para o café brasileiro (aberto, suspenso, fechado – em negociação ou
fechado – negociação não iniciada); e a sinalização do potencial de negócios
nesses mercados (volume e receita) em 2016, foi traçado o mapa de prioridades
para o café brasileiro em 2016.
Dos 22 mercados prioritários elencados pela Secretaria de Relações
Internacionais do Ministério da Agricultura, com alto potencial para o
agronegócio brasileiro, a cafeicultura nacional está incluída em 12 dessas
nações: Estados Unidos, Canadá, Coreia do Sul, Índia, Arábia Saudita, Malásia,
Egito, Austrália, Turquia, Tailândia, Cingapura e Venezuela.
O CNC entende que o fortalecimento e a ampliação do market share do Brasil no
mercado internacional é fundamental para a garantia de renda da cafeicultura
nacional. Por isso, enaltecemos essa iniciativa do Mapa voltada a todo o
agronegócio brasileiro, a qual entendemos que será de grande valia para alcançar
os objetivos traçados pela Pasta, que envolvem: (i) manter o ritmo de
negociações sanitárias e fitossanitárias para a abertura e ampliação de
mercados. (ii) iniciar negociações comerciais com grandes mercados para reduzir
barreiras tarifárias; (iii) agregar valor ao agronegócio através de
certificações de produtos diferenciados; (iv) ter atuação mais forte no combate
às práticas desleais e barreiras técnicas ao comércio; (v) agir em parceria com
a Apex-Brasil para a promoção comercial, atração de investimentos e estudos de
inteligência comercial; e (vi) ampliar a força do Ministério no exterior,
incrementando a atuação dos adidos agrícolas.
MERCADO — Os futuros do café acumularam discreta queda nesta semana, apesar
do pico de valorização registrado na segunda-feira. Movimentos técnicos e a
influência das incertezas que pairam no mercado financeiro internacional
motivaram essa tendência.
Ontem, o dólar comercial foi cotado a R$ 3,95, acumulando queda de 1,8% em
relação ao fechamento da última sexta-feira, acompanhando o movimento
internacional.
Na ICE Futures US, o vencimento maio do Contrato C foi cotado, na
quinta-feira, a US$ 1,1615 por libra-peso, com queda de 40 pontos em relação ao
fechamento da semana anterior. O vencimento maio do contrato futuro do robusta,
negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão de ontem a US$ 1.368
por tonelada, com desvalorização de US$ 49 na comparação com a sexta
passada.
No mercado físico nacional, os indicadores calculados pelo Centro de Estudos
Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon
foram cotados a R$ 485,61/saca e a R$ 374,45/saca, respectivamente, com variação
de -1,2% e -6,2% em relação ao fechamento da semana anterior. A comercialização
foi fraca devido aos preços aquém das expectativas dos vendedores.
Atenciosamente,
Silas Brasileiro
Presidente Executivo