CNC: Governo se comprometeu a anunciar medidas para o café na próxima semana

8 de novembro de 2013 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

BALANÇO SEMANAL — 04 a 08/11/2013
 
– Setor se mobiliza em busca de soluções para a crise do café; Governo se comprometeu a anunciar medidas de apoio na próxima semana
 
Na segunda-feira, 4 de novembro, estivemos reunidos com as demais lideranças do setor produtor da cafeicultura brasileira, na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG), em Belo Horizonte (MG). Na ocasião, os cafeicultores presentes manifestaram sua preocupação em relação aos baixos preços, ao endividamento e à falta de renda na atividade. O presidente executivo do CNC, deputado federal Silas Brasileiro, levou aos presentes a mensagem do ministro da Agricultura, Antônio Andrade, sobre diversas providências que estão sendo tomadas junto ao Ministério da Fazenda e à Casa Civil para definir as políticas de apoio ao setor.
 
Apesar das informações transmitidas aos produtores, ainda persiste um clima de apreensão. Por outro lado, as tratativas continuam na esfera governamental, assim como o comprometimento dos governantes em relação às propostas solicitadas, que devem ser apresentadas no decorrer da próxima semana.
 
Os planos a serem anunciados pelo Governo Federal deverão aliviar a pressão de oferta perante a necessidade de caixa para honrar seus compromissos, considerando que deverá ser noticiado um programa de incentivo ao escoamento da produção, o qual acreditamos que trará tranquilidade ao mercado, não constituindo essas medidas em sistema “guarda-chuva” e, consequentemente, não comprometendo as safras futuras.
 
O Conselho Nacional do Café volta a fazer um alerta em relação aos novos plantios de café, medida que vem sendo uma constante ao longo dos últimos três anos. Entretanto, como poucos levaram em consideração, hoje vivenciamos um — ainda que pequeno — desequilíbrio entre oferta e demanda, que é uma das razões para os preços aviltados atuais.
 
Também é dever do CNC alertar aos produtores sobre propostas mirabolantes que estão aparecendo em profusão, as quais salientamos que não devem ser levadas em consideração. Temos a responsabilidade de não vender ilusão aos cafeicultores do Brasil, mas sim conscientizá-los em relação ao planejamento da atividade para que sejam alcançados saldos positivos no balanço entre seus gastos e rendimentos.
 
MERCADO — Esta foi mais uma semana marcada por tendência de baixa nas cotações do café arábica e robusta. Na Bolsa de Nova York, o vencimento dezembro do contrato C perdeu 160 pontos no acumulado de segunda a quinta-feira, quando foi cotado a US$ 1,0395 por libra-peso. A queda na cotação futura do arábica só não foi maior porque houve recuperação de 2,4% no pregão de ontem, após ter sido atingido o valor de US$ 1,0095 por libra-peso, o mais baixo desde outubro de 2006. Além da percepção de ampla oferta pelos investidores, a desvalorização do real ante o dólar também impulsionou as quedas.
 
No Brasil, o dólar valorizou-se 2% até o fechamento de quinta-feira, que se deu a R$ 2,3067, maior cotação dos últimos dois meses. A preocupação dos investidores quanto ao cenário fiscal brasileiro e dados mais positivos que os previstos referentes ao crescimento do PIB americano no terceiro trimestre motivaram essa tendência.
 
A despeito dos baixos preços praticados, as exportações de café do Brasil vêm apresentando significativo crescimento, o que, aliado ao firme consumo doméstico, está contribuindo para a redução dos estoques nacionais. Segundo estatísticas divulgadas pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), em outubro foi exportado um volume mensal recorde para o ano, de 3.095.637 sacas, 6% superior ao registrado no mesmo mês do ano anterior. Por outro lado, a receita caiu 24,8% quando comparada à auferida em outubro de 2012.
 
Na Bolsa de Londres, o café robusta manteve a tendência de depreciação, com o vencimento janeiro de 2014 do Contrato 409 acumulando perdas de US$ 29 até o fechamento de ontem, a US$ 1.460 por tonelada.
 



 


 


 
Atenciosamente,
Dep. federal Silas Brasileiro
Presidente Executivo do CNC
 

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