fonte: Cepea

CNC debate cenário do mercado cafeeiro com StoneX

Melhor estratégia para mitigar o comportamento cíclico dos preços é o estabelecimento de campanha global para alavancar o consumo

6 de novembro de 2020 | Sem comentários Comércio Exportação
Por: BALANÇO SEMANAL CNC — 02 a 06/11/2020

O Conselho Nacional do Café (CNC) participou, ontem (5), de reunião virtual com a StoneX Financial Inc. para debater o cenário mercadológico da commodity diante da crise desencadeada pela pandemia do novo coronavírus em esfera global.

Segundo Albert Scalla, vice presidente de Trading da corporação, o cenário cafeeiro necessita, “com urgência”, de um programa mundial de aumento do consumo, pois o setor está atrasado em relação a outros segmentos nesse sentido.

Ele destaca que a instabilidade econômica gerada pela Covid-19 reflete em maior volatilidade nos preços do café, um desafio constante para produtores, traders e industriais.

A falta de estatísticas confiáveis, a exemplo de um claro quadro global de oferta e demanda, dificulta avaliação mais precisa dos impactos da pandemia sobre a evolução do consumo.

Contudo, são pontos de atenção a perda massiva de empregos, reduzindo a renda de consumidores, e a segunda onda de lockdowns na Europa, já que 35% do café consumido se dá fora dos lares, no setor HoReCa.

O presidente do CNC, Silas Brasileiro, relata que um importante ponto levantado foi a necessidade de uma estratégia global para se evitar a repetição dos erros do passado, que desencadeiam nos mesmos ciclos de queda nos preços do café.

“Cotações em baixa geram menor produção devido à incapacidade de investimentos dos cafeicultores. Anos depois, observamos alta com a redução da oferta, fomentando novos plantios, voltando a ocasionar excesso de oferta e novo declínio dos preços. Para evitar esse ciclo, precisa-se de um trabalho urgente, proativo e permanente de estímulo ao consumo, envolvendo os países em uma corporação multinacional”, explica.

Ele recorda que o CNC, em ação coordenada junto ao segmento privado no Brasil, encaminhou proposta de promoção nesse sentido ao grupo de trabalho que revisa o Acordo Internacional do Café, sugerindo que a Organização Internacional do Café seja esse agente.

“A OIC pode ser essa representação multinacional e focar no maior volume de café consumido, principalmente nos países produtores, que, exceto o Brasil, têm baixo índice de consumo. O aumento per capita nessas nações é a melhor estratégia para evitarmos a formação de excedentes que aviltem os preços “, conclui.

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