CNC coordena trabalho junto à cadeia produtiva para indicação, por parte do Governo Federal, de José Sette à diretoria executiva da OIC

Após o inesperado e lamentável falecimento do amigo Robério Silva, então diretor executivo da Organização Internacional do Café (OIC), teve início o processo de seleção de seu sucessor na entidade.

BALANÇO SEMANAL — 27/02 a 03/03/2017
 
CNC coordena trabalho junto à cadeia produtiva para indicação, por parte do Governo Federal, de José Sette à diretoria executiva da OIC
 
ELEIÇÃO NA OIC — Após o inesperado e lamentável falecimento do amigo Robério Silva, então diretor executivo da Organização Internacional do Café (OIC), teve início o processo de seleção de seu sucessor na entidade. Ciente de nosso dever de representante institucional, iniciamos contatos com os demais elos da cadeia produtiva e com o Governo Federal para que o Brasil definisse o seu candidato ao pleito.
 
Chegamos ao consenso que a melhor opção é José Dauster Sette, tendo enviado a sugestão ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que fez o encaminhamento do nome ao Itamaraty, o qual, subsequentemente, o apresentou como candidato do Brasil ao posto de diretor executivo da OIC, fato que nos deixou muito gratificados pelo acolhimento da sugestão.
 
Na terça-feira, 28 de fevereiro, em reunião do Comitê da Organização, com a presença de 19 países membros, foram pré-selecionados, por meio de análise de seus currículos e títulos, cinco de nove candidatos, entre os quais está o nome do brasileiro José Sette, que concorrerá com representantes de México, Peru, Suíça e Indonésia.
 
O CNC entende que o principal desafio do novo diretor executivo será buscar equilíbrio sem estabelecimento de cotas para os países membros, via fortalecimento das estatísticas de mercado, o que garantirá o abastecimento, evitando o excesso de oferta e o aviltamento dos preços. Aliado a isso, não se deve perder o foco da atuação de Robério Silva à frente da OIC, que fortaleceu e ampliou a abrangência da entidade com a adesão de novos membros e consolidou a Organização como o único organismo multilateral do café no mundo.
 
Formado em Ciências Administrativas pela Yale University – New Haven, Connecticut, EUA, e mestrado em Administração de Empresas (MBA), com especialização em Finanças pela American University – Washington, DC, EUA, acreditamos que José Sette possui excelente currículo e possibilidade para ser eleito o novo diretor executivo, fato que nos motivou a ter empenho, como parte da delegação brasileira, em angariar apoio internacional para a eleição do representante do Brasil.
 
Sette também possui vasta experiência em organismos internacionais, além de ampla base profissional em entidades do setor cafeeiro, entre as quais se destacam: Instituto Brasileiro do Café (Rio de Janeiro, RJ), Associação Brasileira dos Exportadores de Café (Abecafé), Banco Interamericano de Desenvolvimento, Comitê Consultivo Internacional do Algodão (CCIA), Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) e a própria Organização Internacional do Café.
 
Outro ponto que entendemos como favorável para a eleição de José Sette é o trabalho que desempenhou na OIC, onde exerceu o cargo de chefe de operações entre novembro de 2007 e dezembro de 2012, oportunidade na qual foi responsável por: (i) gestão da Divisão de Operações, composta por seções responsáveis por serviços de Secretariado, Estudos Econômicos, Estatísticas, Informação e Documentos; (ii) organização de eventos especiais, incluindo a Conferência Mundial do Café em 2010; (iii) manutenção de contatos com países membros e não membros, organismos internacionais, ONGs e setor privado; (iv) assessoria ao diretor executivo em reuniões dos organismos da OIC, incluindo o Conselho e os comitês especializados; (v) supervisão de consultores e outros prestadores de serviço; (vi) depositário legal do Acordo Internacional do Café de 2007; (vii) redação e revisão final de todos os documentos publicados pela OIC; (viii) relações com a imprensa; (ix) gestão dos recursos humanos e outros ativos da Divisão de Operações; (x) formulação de políticas e do planejamento estratégico da Organização; (xi) assessoria para a preparação do orçamento anual da entidade; e (xii) coordenação da aquisição de equipamentos de informática e sua integração aos trabalhos da Organização.
 
ESTRUTURA DA CAFEICULTURA — Da mesma maneira que a OIC se faz importante como único organismo mundial do setor, a estruturação da cafeicultura é fundamental no Brasil, dando-se por meio do CNC e da CNA no trabalho em defesa dos produtores, das demais entidades de classe representando indústrias e exportadores, bem como com a relevância de possuirmos um Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) e uma estrutura como o Departamento de Café, Cana de Açúcar e Agroenergia dentro da esfera governamental.
 
A respeito das entidades representativas dos cafeicultores, recordamos que sempre é bem-vinda a maior participação e, em especial, a contribuição dos produtores, a qual deve ser feita por meio da filiação a cooperativas, sindicatos, associações e federações, o que possibilitará que as demandas que possuam cheguem, para debate, aos legítimos representantes do setor produtor, através da condução delas por parte dos presidentes das entidades da base que compõem a Comissão Nacional do Café da CNA e o Conselho Diretor do CNC.
 
Lembramos que, quanto mais os produtores participarem das cooperativas, associações, sindicatos e afins, mais fortalecerão essas instituições, que participam, em grau maior, de CNC e CNA, entidades nacionais de representação do setor. A participação dos produtores em suas organizações de base é fundamental para fazer seus pleitos chegarem às entidades nacionais, permitindo que elas exerçam sua função primordial, que é canalizar as demandas da base para os órgãos maiores de formulação da política cafeeira, que são o CDPC e o Departamento de Café, garantindo que sejam aprimoradas as políticas públicas e privadas para a cafeicultura nacional.
 
MERCADO — Os contratos futuros do café arábica iniciaram o mês de março com perdas na Bolsa de Nova York, pressionados pela força do dólar e em meio ao fato de os fundamentos continuarem inalterados, com perspectiva de boa colheita no Brasil, mas abaixo da safra recorde do ano passado em função da bienalidade da cultura. Há expectativa que os fundos de investimento, com saldo líquido comprado, também tenham pressionado as cotações nas sessões mais recentes ao liquidarem posições.
 
Na quinta-feira, o índice do dólar subiu frente a perspectivas de que o Federal Reserve (FED) aumente a taxa de juros nos Estados Unidos ainda este mês. No Brasil, a moeda norte-americana seguiu o comportamento externo e encerrou a sessão de ontem a R$ 3,1513, com valorização de 1,22% na comparação com o fechamento da sexta-feira passada. Além da atenção com os juros nos EUA, analistas também destacam a expectativa com os desdobramentos das delações dos 77 executivos da Odebrecht.
 
Em relação às condições climáticas no cinturão cafeeiro do Brasil, a Somar Meteorologia informou que as chuvas devem retornar com maior intensidade ao sul de Minas Gerais e também ocorrerão precipitações mais localizadas entre São Paulo e Minas, o que poderá “recompor as condições de umidade do solo nessas áreas”. Para Espírito Santo e Paraná, a previsão é de pouca chuva, fato que deverá agravar as condições de deficiência hídrica no Estado capixaba.
 
A Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), revelou, ontem, que as exportações brasileiras de café em grão totalizaram 2,308 milhões de sacas de 60 kg em fevereiro, volume que implicou queda de 13,5% em relação ao mesmo mês de 2016, quando foram embarcadas 2,669 milhões de sacas.
 
Na ICE Futures US, o vencimento maio do contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,4435 por libra-peso, apresentando perdas de 190 pontos ante a semana anterior. Já na ICE Futures Europe, o vencimento maio do contrato futuro do robusta subiu US$ 89 no agregado semanal, encerrando o pregão de ontem a US$ 2.215.
 
O mercado físico brasileiro continuou fraco de negócios nesta semana devido à queda dos preços em Nova York e ao feriado de Carnaval. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os indicadores para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 492,11/saca e a R$ 433,12/saca, respectivamente, com variações negativas de 2,5% e 0,22% na comparação com o fechamento da semana passada.

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