Inf.nº 003/03/2009.CNC
Londres, 18 de Março de 2009.
INFORMATIVO
Começa rodada de reuniões da OIC
No último dia 16, foi realizado o encontro da Junta Consultiva do Setor Privado, quando foram expostos os relatórios dos principais projetos de promoção da OIC.
Nesta segunda-feira, teve início mais uma rodada de reuniões da OIC (Organização Internacional do Café), na sede da entidade,
— Positively Coffee: que divulga os efeitos benéficos do café à saúde;
— Coffee Club Network: que objetiva criar comunidades virtuais para integrar os mais diversos agentes envolvidos com o agronegócio café em todo o mundo.
O Conselho Nacional do Café, um dos titulares desta Junta, esteve representado por seu assessor técnico, o qual leu uma mensagem do presidente do CNC aos membros da Organização Internacional. Nela, foi relatada a grave crise que assola o setor produtor, informada a realização do “Movimento SOS Cafeicultura”,
Leia, abaixo, a íntegra da mensagem.
MENSAGEM DO PRESIDENTE DO CNC
“Senhores membros da Junta Consultiva do Setor Privado da Organização Internacional do Café,
Neste momento, em Varginha, uma das principais cidades do Sul de Minas, está sendo realizado um movimento, que foi chamado de SOS CAFEICULTURA. O objetivo é alertar as lideranças políticas e o Governo brasileiro para a necessidade da adoção de políticas públicas a fim de preservar a atividade e os 2,2 milhões de empregos diretos no campo e mais de 8 milhões de forma indireta proporcionados pela cafeicultura brasileira.
Entre os pleitos estão a garantia de um preço mínimo remunerador, a conversão da dívida financeira dos cafeicultores em produto e a redução dos juros. Aproximadamente 25 mil pessoas participam do movimento, em um gesto de apoio e solidariedade.
Além do Conselho Nacional do Café, participam da organização do movimento outras entidades representativas dos produtores do Estado de Minas Gerais, entre as quais a FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais), órgão que representa os sindicatos dos produtores; a OCEMG SESCOOP/MG, que representa as cooperativas de produtores; e o SICOOB Sistema Crediminas, representando as cooperativas de crédito rural.
Concluindo, quero propor uma reflexão aos demais membros da OIC. Após o fim das cláusulas econômicas do Acordo Internacional do Café, os países produtores têm suas cafeiculturas em crise e não conseguem implementar políticas públicas para reverter a situação. Não estou aqui apregoando um retorno ao passado, mas acho que, neste momento em que as diretrizes da economia mundial estão sendo colocadas em cheque, precisamos rever também os conceitos aplicados na economia cafeeira global.
Acho que, aproveitando a idéia do fórum sobre mecanismos de mercado que está sendo idealizado pela OIC, esta iniciativa poderia ser ampliada para um fórum de políticas de sustentação da economia cafeeira mundial. Quem sabe, isso até possa ser discutido na próxima Conferência Mundial do Café.
Espero que esta provocação ecoe nesta Organização. Como líder máximo dos produtores de café do Brasil, não entendo a continuação da OIC como uma organização apenas de distribuição e troca de informações e promoção. Muito mais que isso, ela deve, efetivamente, buscar soluções para o falido modelo que gera pobreza, miséria e violência nas nações produtoras.
Atenciosamente,
Gilson Ximenes
Presidente”