Ex-ministro da Agricultura foi responsável pela revolução da agricultura tropical, fazendo do Brasil celeiro alimentar mundial
O Conselho Nacional do Café (CNC) formalizou, na terça-feira, 5 de janeiro, seu apoio à indicação do ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli ao Prêmio Nobel da Paz de 2021. A entidade se junta a outras instituições do agro, universidades e profissionais do Brasil e de outros países que, até o próximo dia 31, oficializarão a candidatura junto ao Comitê do laurel, na Noruega, entregando o dossiê com os serviços prestados por ele para a revolução da agricultura tropical.
Silas Brasileiro, presidente do CNC, comenta que Paolinelli tem uma notável trajetória, com experiências que o distinguem como um dos expoentes da agricultura nacional, sendo considerado um dos grandes responsáveis pela maior revolução tropical agrícola da história. Em 2006, por exemplo, foi laureado com o World Food Prize, prêmio internacional que condecora personalidades que contribuíram para o avanço do desenvolvimento humano ao aprimorar qualidade, quantidade e disponibilidade de alimentos no mundo.
“Seu competente trabalho e o compromisso com o agronegócio nacional o tornaram referência no mundo. A consolidação e a expansão da nossa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Embrapa, sob sua gestão na Agricultura, foram fundamentais para que o Brasil fizesse a transição de importador para um dos maiores produtores e exportadores de alimentos sustentáveis do mundo”, diz.
REVOLUÇÃO NO CERRADO
Na década de 70, com Paolinelli no comando da Pasta da Agricultura (de 1974 a 1979) durante o governo de Ernesto Geisel, o Brasil incentivou investimentos em pesquisa e tecnologia no campo, fazendo do cerrado, até então considerado impróprio ao cultivo, a região com maior produção de grãos em larga escala, o que permitiu que o país fosse considerado, posteriormente, celeiro mundial e passasse a subsidiar a alimentação em todo o globo.
“Consideramos a segurança alimentar um importante instrumento para a pacificação nos continentes, mitigando o fato de a fome ser motivo de conflitos e guerra entre nações. Essa nobre razão é um dos muitos motivos pelos quais o CNC manifesta seu apoio à indicação do ministro Paolinelli, um líder que dedicou sua capacidade e sua vida à evolução na produção do que é mais nobre, o alimento para seu país e para o mundo”, enaltece Brasileiro.
O movimento pela indicação conta com mais de 100 cartas de apoio de universidades e instituições de 10 países e é liderado pelo também ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, atualmente coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro). O nomeador oficial será o diretor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), Durval Dourado Neto.
PROSPERIDADE E BEM-ESTAR PARA O CAFÉ
Em linha com os ideais sempre defendidos pelo ex-ministro Alysson Paolinelli, a cafeicultura mundial conta com um Grupo de Trabalho Técnico sobre Renda de Bem-Estar e Próspera, que é uma das instâncias da Força-Tarefa Público-Privada do Café (FTPPC) da Organização Internacional do Café (OIC) e tem o CNC como um de seus membros.
Trata-se de um ambiente público-privado que reúne representantes dos governos dos países produtores e consumidores de café, torrefadoras multinacionais, traders, associações de produtores, ONGs e agências internacionais de desenvolvimento, como o Banco Mundial.
O GT é resultado da implementação da Resolução 465 da OIC – da qual o CNC participou ativamente da redação –, que trata do nível dos preços internacionais do café e tem como objetivo apontar novas formas de enfrentamento das crises de preços, com foco na promoção da sustentabilidade, no equilíbrio entre a oferta e a demanda, promoção do consumo nos países produtores, mais transparência de mercado, visando sempre a melhoria da renda dos cafeicultores de todos os países.
OBJETIVOS DA FORÇA-TAREFA DA OIC
A principal meta da FTPPC da Organização é alcançar a melhoria da renda das regiões cafeeiras do planeta, por meio do engajamento de atores dos setores público e privado. Para tanto, ela se estrutura em sete grupos de trabalho, que apresentarão estudos e propostas sobre: i) transparência de mercado; ii) produção e fornecimento sustentáveis; iii) políticas de mercado; iv) mecanismos de financiamento global; v) promoção do consumo; vi) renda próspera de bem-estar; e vii) coordenação setorial para promover a integração das ações em desenvolvimento nos outros seis grupos. Saiba mais em http://www.cncafe.com.br/site/interna.php?id=15749.