CARTA SEMANAL DO CONSELHO NACIONAL DO CAFÉ Nº11
O Mercado de café, contrariando os fundamentos, vem experimentando sucessivas quedas nas últimas semanas, chegando a atingir os menores preços na bolsa de Nova York nos últimos 9 meses, no pregão desta terça-feira 24/04, nos parecendo que o mercado está mal humorado, muito embora o bom desempenho das exportações brasileiras no ano safra 2006/07, com embarques atingindo 22,7 milhões de sacas entre julho/2006 a março/2007, mostra a pujança do Agronegócio Café do Brasil.
É conhecido a concentração de vencimentos de Contratos com vendas a fixar e de financiamentos de estocagem feitas por produtores no ano passado, o que justifica em parte o comportamento do mercado, que poderia ter sido aliviado se não fosse a demora na liberação dos recursos de colheita – que deveriam ter sido disponibilizados no início de abril, o que teria proporcionado um certo alívio para os produtores. No entanto, temos notícias positivas com relação a políticas que visam valorizar o produto, se alcançarmos 28 milhões de sacas nas exportações até o final do ano safra que se encerra em junho próximo, o estoque de passagem desta safra para próxima será um dos mais baixos de nossa história, somada a próxima safra substancialmente menor, no ano safra que se inicia em julho/07 e termina em junho/08, nossas exportações poderão se reduzir para volumes próximos a 20 milhões de sacas, o que obrigará as indústrias a consumirem parte de seus volumes de estoques, trazendo assim equilíbrio entre oferta e demanda.
O quadro que se apresenta é de possibilidade de preços melhores que possam novamente cobrir nossos custos, com a disponibilização de 200 milhões por parte do Governo para o Programa de Opções, que será lançado no início de maio, recurso este que será acrescido ao Orçamento do Funcafé, possibilitando o ordenamento da oferta de cerca de 6 milhões de sacas de café e ainda a utilização da Linha Especial de Crédito – LEC, para estocagem, com limite de 200 mil por produtor, a juros de 8,75%.
Temos de um lado o aumento da oferta de crédito e o crescimento do mercado interno e de outro vamos aliviar a pressão por parte dos importadores por menores preços, pois os produtores que sempre foram o ponto mais fraco da cadeia, quando se olhava pelo prisma da capacidade financeira, estão sentindo que este quadro mudou de maneira muito rápida e surpreendente, razão pela qual podemos afirmar que os fundamentos de mercado são positivos. Temos ainda que destacar que os Contratos para financiamento da colheita com limite de também 200 mil por produtor, já estão liberados por parte do Ministério, aguardando apenas assinatura pelos Bancos repassadores, sendo que, o Bancoob foi o primeiro Banco a apresentar a sua demanda de 160 milhões para repassar aos produtores.
Outra boa notícia é a presença do Senhor Ministro da Agricultura, Deputado Reinhold Stephanes, na reunião do Conselho Deliberativo da Política do Café – CDPC, demonstrando claramente seu apoio a Cafeicultura Nacional. Oportunidade em que se destacou como meta a geração de Renda e Desenvolvimento Harmônico em todos os elos da Cadeia do Agronegócio Café, a busca do Equacionamento do Endividamento do Setor e a Consolidação das Políticas de Apoio a Produção e Comercialização do Café, ressaltando financiamento para Custeio, Colheita e Comercialização, além do Lançamento de Opções e enquadramento no PGPM, possibilitando acesso a LEC.
Por tudo isso, concluímos que vamos experimentar uma nova fase na busca de Renda para o Setor.
Brasília, 25 de abril de 2007.
SILAS BRASILEIRO
Conselho Nacional do Café
Diretor Executivo