Após recuar 1,57% em 2012, para R$ 988 bilhões, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro voltará a crescer em 2013 – 3,56% e, alcançará R$ 1,02 trilhão, segundo projeções divulgadas ontem pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Caso o resultado se confirme, o setor, sob a ótica da entidade – que envolve todos os elos da cadeia, e não apenas a agropecuária – deverá representar 23% do PIB nacional neste ano, estimado em R$ 4,5 trilhões.
Para o Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária, que mede a receita obtida pelos produtores “da porteira para dentro”, a CNA prevê incremento de 8% sobre 2012, para R$ 424 bilhões, embalado pela recuperação das safras de grãos e de cana e pelo melhor desempenho do segmento de carnes.
E para 2014, quando a colheita de grãos vai beirar 200 milhões de toneladas – um novo recorde -, a expectativa é de alta superior a 3%, para R$ 438 bilhões, novamente com a colaboração das carnes, para as quais o cenário para exportações é positivo.
Conforme a CNA, a oferta de crédito seguirá estável no ano que vem e não haverá falta recursos, levando-se em conta os R$ 136 bilhões em crédito rural para a agricultura empresarial incluídos no Plano Safra 2013/14. A CNA, porém, afirma que o setor terá que interceder junto ao governo para evitar uma alta nos juros dos financiamentos, já que há sinais que indicam que a taxa básica Selic poderá continuar a subir por conta de temores com a inflação.
Já infraestrutura e logística prometem trazer mais prejuízos a toda a cadeia. Conforme a CNA, a estimativa é que, na soja, cuja colheita deverá chegar a cerca de 90 milhões de toneladas, um novo recorde, haja um desperdício entre 6% e 13% durante o transporte até os portos.
Por conta dos velhos e conhecidos gargalos, os fretes entre Sorriso (MT) e o porto de Santos (SP), subiram quase 45% neste ano – e essa alta colabora para conter as vendas antecipadas da safra que está em fase final de plantio, já que os custos do escoamento permanecem incertos, apesar da queda da produção de milho.
No caso de alimentos básicos como arroz e feijão, a CNA concorda que em 2014 haverá aumento da produção, como indicam as previsões da Conab, mas não projeta queda dos preços, como deseja o governo. No caso do arroz, a demanda deverá permanecer ajustada ao consumo. No do feijão, o aumento da oferta tende a reduzir as importações.
Para o café, cujos preços desabaram em 2013 em virtude de um quadro de oferta global confortável, com a colaboração do Brasil, a tendência deverá perdurar.
Fonte: Tarso Veloso, do Valor Economico