terça-feira, 23 de abril de 2013
SÃO PAULO, 23 Abr (Reuters) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) defendeu nesta terça-feira, em contatos mantidos com os ministérios da Casa Civil, Fazenda e Agricultura, o reajuste do preço mínimo do café.
Segundo nota divulgada pela CNA, a cafeicultura brasileira enfrenta, atualmente, forte perda de renda diante de um cenário de crescente elevação dos custos de produção e queda dos preços de mercado.
O assunto poderá ser tratado na reunião da próxima quinta-feira do Conselho Monetário Nacional (CMN).
“Para amenizar os prejuízos do setor, a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, defende a revisão do preço mínimo do café, de 261,69 reais para 340,00 reais a saca de 60 quilos do café arábica”, disse a CNA em nota.
De acordo com a CNA, o preço mínimo do governo, utilizado nas operações governamentais de apoio ao produtor, não sofre alterações há três anos.
Segundo Kátia, a “situação está insustentável e, se o mínimo demorar muito para ser definido, a tendência é que os preços caiam mais”.
As cotações do café arábica tem caído desde o ano passado no mercado internacional. Só em 2012, os preços caíram 36 por cento, acumulando 10 por cento de baixa este ano.
Nesta semana, o café arábica foi comercializado em torno de 295,50 reais a saca, bem abaixo dos Custos Operacionais Efetivos, que estão acima de 350,00 reais a saca para as regiões de Guaxupé, Santa Rita do Sapucaí e Manhumirim, em Minas Gerais, segundo dados do projeto Campo Futuro (CNA/Cepea).
A safra recorde colhida no Brasil em 2012, que chegou a 50,83 milhões de sacas de 60 quilos, contribuiu para pressionar os preços. E a perspectiva é de uma nova grande safra este ano.
(Por Roberto Samora)