CNA pede suspensão do pagamento de dívidas de cafeicultores

Brasília, 30 – A persistente queda dos preços do café, apesar das medidas de apoio ao setor, anunciadas pelo Ministério da Agricultura, com aporte previsto de mais de R$ 5 bilhões, levou a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) a reivindicar a suspensão automática por 90 dias do pagamento das parcelas do crédito rural dos cafeicultores. A presidente da CNA, senadora Kátia Abreu (PSD/T), encaminhou ofício à Casa Civil da Presidência da República e aos ministérios da Agricultura e da Fazenda solicitando a prorrogação.

A CNA informou que será formado um grupo de trabalho para avaliar a situação da cafeicultura. "Após a análise, serão apresentadas ao governo sugestões para solucionar de forma definitiva o problema do setor", disse a entidade que, com o Conselho Nacional do Café (CNC), iniciou um levantamento sobre o nível de endividamento dos produtores de café. Os dados estão sendo colhidos junto a cooperativas de produção, de crédito e bancos. 

Ao pedir a suspensão dos pagamentos, a CNA alerta para "a gravidade da situação atual, de perda de renda e de elevação do nível de endividamento do setor". A entidade observa que a tendência de queda dos preços do grão persistiu nas últimas semanas, mesmo com a intervenção do governo no mercado interno, por meio dos leilões de contratos de opção de venda. "Grande parte dos produtores comercializa o café a preços inferiores ao custo de produção e enfrenta dificuldades para quitar as parcelas de crédito rural", argumenta o presidente da Comissão Nacional do Café da CNA, Breno Mesquita. 

Mesquita lembra que, nas últimas três semanas, o governo ofertou contratos de opção de venda para 3 milhões de sacas de café. Os títulos têm vencimento programado para março de 2014, com preço de referência de R$ 343 a saca de 60 quilos. Nos leilões não houve interesse por 405,8 mil sacas, principalmente na Bahia e Espírito Santo, que voltarão a ser ofertadas. A CNA pediu à Conab que credencie armazéns privados para receber o café que pode ser entregue no exercício dos contratos de opção. O governo divulgou apenas a lista de armazéns públicos que podem receber o produto. A CNA argumenta que a ampliação é necessária porque alguns municípios produtores estão muito distantes dos armazéns públicos, o que inviabilizaria a entrega do produto pelo cafeicultor. 

Fonte: Agência Estado

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