O Fórum Brasileiro de Café Irrigado, promovido pela 9ª edição da Feira AgroBrasília – Feira Internacional dos Cerrados, reuniu aproximadamente 100 participantes durante essa quinta-feira, (12/05).
Estudantes universitários, produtores rurais e especialistas em agricultura, todos reunidos em um mesmo evento sobre o mercado atual do café brasileiro e as tendências para o setor. O Fórum Brasileiro de Café Irrigado, promovido pela 9ª edição da Feira AgroBrasília – Feira Internacional dos Cerrados, reuniu aproximadamente 100 participantes durante essa quinta-feira, (12/05). A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) marcou presença com a palestra sobre os custos de produção da cultura.
Em sua fala, a Coordenadora de Produção Agrícola da CNA, Natália Fernandes (foto: Rafael Fernandes), apresentou os dados dos custos de produção, levantados pelo Projeto Campo Futuro, no início deste ano. Natália explicou a importância da coleta de informações nas principais regiões produtoras, para auxiliar os produtores rurais na administração de gastos, riscos de preços e gerenciamento da propriedade. “O objetivo do Campo Futuro é auxiliar o cafeicultor na tomada de decisão para minimizar os custos e otimizar os investimentos na atividade”, afirmou Fernandes.
Por meio dos dados do Campo Futuro foi possível constatar que o custo de produção nas regiões montanhosas são superiores, pois a colheita é feita manualmente. Por exemplo, em Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, onde o sistema de produção é mecanizado e irrigado por pivô central, o Custo Operacional Efetivo (COE) é de R$ 263,60 por saca, sendo que dos 18% gasto com colheita e pós-colheita, apenas 13% é direcionado para pessoas. Já em Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais, o sistema é manual e não irrigado e o COE fica em R$ 329,01, sendo que 44% é gasto com as operações de colheita e pós-colheita, e desse percentual, 84% é destinado ao pagamento de pessoas.
Com relação à lucratividade média do café arábica, nas regiões analisadas, a coordenadora revelou que apenas Luís Eduardo Magalhães tem obtido lucro. Com o preço médio de venda no município baiano em R$ 472 a saca de 60 kg (em abril de 2016), a margem bruta está em R$ 219,15, a margem líquida em 156,23 e o lucro R$ 80,98. Em Monte Carmelo e Capelinha, em Minas Gerais, regiões com sistema produtivo mecanizado, o prejuízo está contabilizado em R$ 33,72 e R$ 47,73, respectivamente.
“Os dados revelam que somente nas regiões onde se consegue ganho em escala, devido ao tamanho da área produtiva e produtividade, como em Luís Eduardo Magalhães, a atividade cafeeira tem dado lucro. Nas demais regiões, mesmo com a elevação dos preços de venda registrados desde meados de 2014, a cafeicultura não tem gerado lucro devido ao custo de produção mais elevado”, explicou Natália.
A coordenadora encerrou a palestra falando sobre importância das práticas de pós-colheita para garantir um café de qualidade. “Conduzir bem as técnicas de pós-colheita é fundamental para produzir cafés especiais, com maior valor agregado, permitindo uma renda maior”.
Além da apresentação da representante da CNA, o Fórum também contou com a exposição de especialistas sobre manejo e condução da cultura do café na região do Cerrado, irrigação e mecanização, oportunidades para a agricultura familiar e compras governamentais, organização da produção e qualidade e mercado de cafés.
Fonte: Assessoria de Comunicação CNA via CNC