Clima seco poderá reduzir a produção de café no país

De São Paulo

Por: Valor

O clima seco durante a fase de desenvolvimento do café poderá comprometer a colheita do grão nesta safra, a 2006/07. Levantamento do Conselho Nacional do Café (CNC) aponta quebras significativas de produção em várias regiões cafeeiras do país.


O último levantamento da Conab (Companhia Nacional do Abastecimento) indicou colheita entre 40,4 milhões e 43,5 milhões de sacas de 60 quilos. Mas em algumas regiões de Minas Gerais, como a Zona da Mata, a quebra é estimada em 20%, segundo a Secretaria de Agricultura do Estado. No Sul de Minas, as perdas podem atingir até 9%. Minas responde por cerca de 50% da produção nacional.


Em algumas regiões do Espírito Santo, maior produtor de café robusta, as perdas podem atingir de 10% a 30%, segundo a Cooperativa Agrária dos Cafeicultores de São Gabriel (Coogabriel). Na Bahia, os cálculos indicam quebra de até 50% por conta do clima seco.


Na reunião realizada na última quinta-feira, o Conselho Deliberativo da Política Cafeeira (CDPC) definiu que os planos de safra para o café serão feitos para 24 meses, por conta da bianualidade da cultura (safra intercalada de baixa e alta produção).


O plano de safra vai ter uma linha de crédito de R$ 1,57 bilhão em 2006/07, com recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), com vencimento para os próximos dois anos. Para 2007/08, os valores ainda não foram definidos. O orçamento para 2006/07 permitirá a estocagem de até 7 milhões de sacas.


Na próxima reunião do CDPC, dia 22 de março, a cadeia produtiva irá discutir a possibilidade de usar contratos de opção de venda para regular os preços do produto em período de baixa.

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