AGRÍCOLA
15/08/2007
Tempo seco beneficia colheita
de laranja e, mesmo com maior oferta no mercado, preços continuam bons
Fábio Marin
A ação de uma massa de ar seco manteve o tempo sem
chuvas, com baixa umidade do ar e céu limpo em todo o Estado de São Paulo. A
umidade do solo manteve a tendência de queda iniciada há duas semanas, mas o
nível atual é elevado se comparado à média histórica de agosto, quando a umidade
normalmente está abaixo de 40% da capacidade máxima de armazenamento.
A boa disponibilidade de água no solo, contudo, não é suficiente para
permitir a retomada do crescimento das pastagens. Nesta época do ano, a baixa
temperatura é o elemento mais restritivo ao crescimento das gramíneas. Nos
canaviais a condição é semelhante, mas o tempo seco favorece a colheita e a
maturação da cana, aumentando seu rendimento industrial e a eficiência do
trabalho no campo.
Nos pomares de Matão, Araraquara e Limeira a colheita da laranja também
prosseguiu com excelentes condições operacionais. Os produtores estão animados
até o momento, pois os preços continuam firmes apesar da elevação da oferta do
produto. A partir de setembro, com a elevação da temperatura, deve subir a
demanda pela fruta de mesa, destinada ao consumo in natura.
Os produtores de nêspera de Mogi das Cruzes também estão animados com a safra
iniciada há alguns dias. O preço é bom e a produtividade dos pomares deve ser
maior que a média, garantindo um bom rendimento neste ano.
PREOCUPAÇÃO
Nos cafezais a colheita continua e o cenário para a próxima safra não anima
os produtores. Algumas lavouras entraram em florescimento após as chuvas de
julho, mas a seca deve provocar o abortamento desta florada, com redução da
produtividade e queda na qualidade do produto. Nas regiões onde a chuva de julho
não foi suficiente para elevar a umidade do solo, a estiagem também preocupa e
pode afetar a produção da próxima safra, tida como de alta produtividade.
Os ventos constantes e a queda da umidade relativa do ar favorecem a
ocorrência e a propagação do fogo nos campos e matas. O uso de aceiros para
proteção das florestas e a busca de alternativas ao fogo são recomendações
especialmente importantes nesta época do ano.
*Fábio Marin é pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária. Para
mais
informações sobre tempo e clima no Brasil, acesse www.agritempo.gov.br