13/07/2017 – As exportações brasileiras de café no ano safra 2016/17 (encerrado em junho) tiveram queda de 7,4% na comparação com o ciclo anterior e somaram 32,9 milhões de sacas, de acordo com levantamento do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé) divulgado ontem.
Os volumes incluem café verde e industrializado. Com a alta nos preços médios de exportação, a receita com os embarques de café subiu 5%, para US$ 5,642 bilhões. “Foi um ano em que não pudemos exportar mais devido aos problemas climáticos que se refletiram principalmente no conilon.
Além disso, os estoques de café foram se exaurindo”, afirmou Nelson Carvalhaes, presidente do CeCafé. Ele acrescentou que a tendência é que a partir de agosto haja um incremento das exportações de café com a entrada da safra 2017/18, que está sendo colhida, no mercado.
Do volume total embarcado no ano-safra 2016/17, 28,953 milhões de sacas foram de café arábica, recuo de 2% sobre a temporada precedente. As vendas externas de conilon despencaram em decorrência da seca em regiões produtoras do Brasil, como o Espírito Santo, que reduziu a oferta.
Os embarques somaram apenas 277,5 mil sacas no período, queda de 88,1% na mesma comparação. As exportações de café solúvel, por sua vez, somaram o equivalente a 3,646 milhões de sacas na safra que se encerrou, estável em relação ao ciclo anterior, apesar da menor oferta de conilon, principal matéria-prima do café solúvel.
As vendas externas de café torrado e moído totalizaram 28,828 mil sacas, alta de 1,3%. Considerando apenas o mês de junho, as exportações de café (verde e industrializado) somaram 2,051 milhões de sacas, uma redução de 16,3 % em relação às 2,45 milhões de sacas de igual mês de 2016, segundo o CeCafé. A receita com as exportações no mês passado caiu 5% na comparação com junho de 2016 e totalizou US$ 341,8 milhões.
Diante da forte queda no volume embarcado, a alta de 13,5% dos preços de exportação no mês, para US$ 166,63 por saca, não foi suficiente para impedir a queda na receita. Do volume exportado em junho, 1,791 milhão de sacas foram de café arábica, com queda de 11%.
As vendas externas de conilon registraram recuo de 77,2%, para apenas 19 mil sacas. A quantidade de conilon exportada foi a menor para o mês desde 1990, conforme o CeCafé.
Os embarques de café solúvel em junho também tiveram queda expressiva. O tombo foi de 31,8%, para 239,4 mil sacas, refletindo igualmente a menor oferta de conilon no Brasil. A oferta mais justa fez as exportações de café se retraírem no primeiro semestre deste ano.
Os volumes embarcados somaram 14,9 milhões de sacas, com redução de 8,4% ante o mesmo período do ano passado. Com alta nos preços médios, a receita com os embarques no período cresceu 8,2%, para US$ 2,589 bilhões. Nelson Carvalhaes disse acreditar que o Brasil irá exportar este ano um volume de café parecido com o de 2016.
No ano passado, o país embarcou 34,2 milhões de sacas de café. A razão para essa expectativa é a projeção de menor produção na safra que começou a ser colhida, a 2017/18, em decorrência da bienalidade do arábica e ainda dos efeitos do clima sobre a produção de conilon.
De acordo com a Conab, o Brasil deve produzir 45,5 milhões de sacas nesta temporada, 11,3% inferior à safra 2016/17 A projeção também é de estabilidade nas vendas externas no ano-safra 2017/18, que começou este mês.
Isto é, o número deve ser semelhante às 32,9 milhões de sacas embarcadas na temporada passada. “A próxima entressafra (março a maio) deve ter uma repetição do tivemos neste ano”, disse Carvalhaes.
O dirigente ainda não faz projeções para a próxima safra, a 2018/19, mas a perspectiva, por ora, é de uma recuperação na produção de café. “2018 é outra história”, afirmou em tom otimista