Animais inofensivos, como formigas, podem causar doenças graves
Da Redação –
Região
Baratas: pragas urbanas tiram o sossego da população
Com o verão e o aumento da temperatura e da umidade, por causa das constantes chuvas, cresce também a proliferação das chamadas pragas urbanas. Ratos, formigas, baratas, cupins, mosquitos e carrapatos são inofensivos em seu habitat natural, mas quando migram para as cidades, podem causar doenças graves aos seres humanos. Combater estes animais exige técnicas e cuidados simples, que ajudam a manter a qualidade de vida nas cidades.
Existem hoje mais de 50 espécies desses bichos. As mais comuns em residências são as baratas, cupins, formigas e roedores, que encontram no clima tropical, com umidade e temperaturas elevadas na maior parte do ano, o ambiente ideal para se desenvolverem. Cada uma dessas espécies, porém, tem seu papel e importância no nosso ecossistema.
Segundo a bióloga, especialista em formigas, Ana Eugênia Campos, no Brasil são descritas 2 mil espécies de formigas, sendo 30 de área urbana. Em ambientes naturais, elas são predadoras de artrópodes, como insetos e aracnídeos, regulando a população e evitando que se tornem pragas. Além de ajudar no controle dos artrópodes, as formigas promovem a areação do solo, ao escavar galerias subterrâneas para se locomoverem, além de incorporar matéria orgânica ao solo, tornando-o fértil. Algumas sementes de plantas só germinam devido ao hábito que algumas espécies de formigas têm de se alimentar deste material, manipulando-o. Outras plantas só crescem, florescem e frutificam devido à presença das formigas cortadeiras.
Já no ambiente urbano, as formigas podem ser sinônimo de transtornos. Elas são encontradas em locais com alimentos em abundância. Quando presentes em cozinhas industriais, também podem transmitir bactérias e fungos, correndo o risco de ocasionar toxinfecções. Nos hospitais, elas transmitem bactérias e fungos ao homem, contribuindo para a infecção hospitalar. Em caso de aborrecimentos com infestações de formigas, deve-se aplicar iscas tóxicas próprias. Para as domésticas, encontradas dentro e fora de casa, as melhores iscas são à base de hidrametilona, ácido bórico ou sulfluramida. Já para as cortadeiras, saúvas e quenquéns, são indicadas as iscas granuladas à base de sulfluramida ou fipronil.
As temíveis e indesejadas baratas apresentam os fósseis mais antigos de insetos, com 350 milhões de anos. Além de causar medo, aflição e terror em grande parte da população, elas fazem parte do cardápio de diversos animais, como aranhas, lagartos, sapos, pássaros e até de algumas espécies de macacos.
Segundo o biólogo Marcos Potenza, especialista em pragas urbanas, as baratas periplaneta americana, popularmente chamadas de baratas de esgoto, são encontradas facilmente em caixas de esgoto e gordura, caixas d’água, quadros de energia elétrica e telefonia, galerias subterrâneas, sanitários e vestiários, porões, sótãos, forros, áreas externas com grande acúmulo de materiais. Já as baratas blattella germânica, conhecidas como baratas de cozinha, se abrigam em cozinhas, depósitos de alimentos e embalagens, fornos, estufas, geladeiras, freezers, coifas, motores elétricos, dutos de eletricidade, pias e bancadas, no interior de máquinas de refrigerante e café, sanitários, vestiários, armários e divisórias. Elas se tornam transmissoras de doenças quando percorrem esgotos, lixeiras ou outros lugares contaminados.
Nestas situações, podem transmitir bactérias dos gêneros Salmonella, Escheruchia coli, que causa a diarréia, Shigella dysenteriae, que provoca desinteria, além de protozoários causadores de toxoplasmose e antígeno de hepatite B.
Outra praga urbana que causa dor de cabeça na população são os roedores. Conhecidos principalmente por ser o transmissor da leptospirose, causada pela urina de ratos, a OMS (Organização Mundial de Saúde) já catalogou cerca de 200 doenças transmissíveis pelos roedores. Entre elas estão a peste bubônica, febre hemorrágica, salmonelose, sarnas e micoses. Além das doenças, os ratos também causam danos materiais, roendo cabos de energia, telefonia e fibra ótica.
A mais inofensiva das pragas urbanas, o cupim, ajuda na decomposição de árvores caídas em florestas e na areação do solo. O único risco que ele oferece é o de danificar madeiras e papeis, não sendo responsável pela transmissão de doenças ao homem.
Fonte: http://www2.uol.com.br/tododia/cidades.htm#=mmClimadeverãoépropícioàproliferaçãodepragasurbanas