Cidades mineiras preparam manifestação pela importância do café

16 de fevereiro de 2009 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

Cafeicultura prepara manifestação para mostrar que o café importante para a economia de vários municipios

(16/02/2009 10:43)
Encabeçado por cafeicultores de Três Pontas e Varginha, há uma semana surgiu um movimento que começa a ganhar corpo e envolver outros setores produtivos e políticos, “com objetivo de mostrar que a cafeicultura é mola mestre da economia e do social em um grande número de municípios, em especial no Sul e Sudoeste Mineiro”. E ao que se afirma, está quebrada. Um evento está programado para o dia 16 de março em Varginha, e organiza-dores esperam torná-lo em um grande manifesto, capaz de chegar às autoridades, em Brasília. Sexta-feira, 13, organizadores do movimento, dentre eles o vice-prefeito de Varginha, Marcos Paiva Foresti, visitaram a Cooparaiso onde foram recebidos pelo presidente, deputado Carlos Melles, e diretores.


Conforme afirma Eric Miranda Abreu, cafeicultor e diretor da Unicoop de Três Pontas, o movimento é em prol da cafeicultura brasileira e o evento a ser realizado em Varginha busca mostrar para a sociedade que a “cafeicultura é mola mestre da economia e do social” em um grande número de municípios brasileiros, em especial no Sul e Sudoeste Mineiro. “Pretendemos mobilizar e conscientizar toda a sociedade que depende diretamente ou indiretamente do negócio café, por isso esperamos que todos abracem esta causa e estejam conosco no dia 16 de março”, salienta.


“Esperamos mobilizar o maior número de pessoas possível, não apenas produtores rurais, mas todas aquelas que recebem o dinheiro que o café movimenta”, diz Abreu. “A cafeicultura pede socorro, é incrível o que está acontecendo. Estamos vivenciando um problema social com o perigo de se tornar em desemprego maciço na cafeicultura e isso irá ocasionar conseqüências seríssimas. Não queremos chegar a este ponto, de previsível aumento na criminalidade, reflexos na saúde pública, queda das vendas no comércio, diminuição na arrecadação dos municípios”, observa, ao mencionar que se trata de um movimento novo, diferente.


O vice-prefeito de Varginha, Marcos Paiva Foresti disse que os organizadores esperam receber apoio de associações comerciais. “O comércio é afetado diretamente, porque a cafeicultura estando mal, tudo vai mal, empregados, supermercados, postos de combustíveis, é uma rede que vai junto, se desencadeia, se o café afundar”.


A situação de municípios onde a cafeicultura predomina, segundo Foresti “é grave e a arrecadação de prefeituras está lá em baixo. Esperamos que no dia 16 de março, nestes municípios seja decretado ponto facultativo, e o comércio feche as portas a partir do meio dia, como faremos em Varginha”, diz o vice-prefeito.


Ao definir como “critica” a situação da cafeicultura nacional, Foresti prevê que trabalhadores rurais irão se integrar ao manifesto. “Essa união é muito importante porque eles também estão sentindo na pele o desemprego. O prejuízo se estende ao trabalhador. Estamos sendo muito maltratados, sem respeito”, opina.


Os reflexos conforme disse já são sentidos na arrecadação dos municípios. Em Varginha, por exemplo, em janeiro houve queda na arrecadação superior a 20%%. O negócio café, por seus vários segmentos representa acima de 60% no montante da arrecadação do município Varginha. “Vamos nos empenhar ao máximo para que nossa voz chegue até Brasília”, conclui o vice-prefeito.


Glilson Pedro Paiva é cafeicultor, e fala também em nome de seu irmão, Glinaldo Paiva, prefeito de Três Pontas. “A maior indústria de Três Pontas é a cafeicultura, e nos preocupamos ao constatar nas informações prestadas por sindicados, de que muita gente já foi despedida. Vamos fazer o que for preciso em forma de apoio para reverter este quadro”, explica.


Paiva defende a necessidade de se fortalecer lideranças da cafeicultura em Brasília. “Os produtores, os donos de comércio estão quietos em casa, então precisamos fortalecer nossos líderes que estão brigando sozinhos, e não estão obtendo resultados. Se não surtir efeito o movimento no dia 16 faremos outros, temos que sair da toca, dar as mãos, porque senão iremos desaparecer do mapa”, prevê.


“O cafeicultor fica revoltado porque quando a indústria automobilística que teve o crescimento na ordem de 60% em suas vendas nos últimos dois anos ameaça a ter decréscimo de 1% em seu fatura-mento, já é motivo para o governo se sensibilizar, apoiar com alguns bilhões de dólares. Enquanto isso na cafeicultura que emprega em gera em torno de dois milhões de empregos diretos e mais oito milhões de indiretos, isso não repercute na mídia nacional, o que deixa o cafeicultor indignado. Se o governo não se sensibiliza com o lado econômico, queremos fazer que se sensibilize com o lado social, pois certamente ele irá ficar assustado com o desemprego que já está acontecendo na cafeicultura”, observa o produtor Antonio Lúcio Gomes Santos, que também esteve em Paraíso.


As informações partem do Jornal do sudoeste.


 

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.