Criada para gestão da qualidade, ferramenta também pode ser aplicada no agronegócio e gerar resultados estratégicos com apoio da tecnologia
Ter um planejamento traçado estrategicamente faz toda a diferença para qualquer tipo de negócio. Não é à toa que existe um ditado que diz que “quem planeja às vezes erra, e quem não planeja às vezes acerta”. No agronegócio, não é diferente. A ausência de um plano a ser seguido ou a falta de monitoramento na execução do mesmo aumentam as chances de haver desperdício de recursos, gastos desnecessários e falha no alcance da produtividade desejada.
“Atualmente, com tantas tecnologias à disposição dos produtores e gestores rurais, cria-se uma falsa impressão de que haverá máxima eficiência em qualquer contexto. No entanto, não devemos seguir por essa linha. As inovações são, de fato, essenciais para o alcance dos melhores resultados possíveis. Mas, para isso, é preciso saber utilizá-las de forma estratégica”, reforça Bernardo de Castro, presidente da divisão de Agricultura da Hexagon, que desenvolve e fornece soluções digitais para produções agrícolas e florestais.
Neste cenário, uma das ferramentas que podem ser utilizadas a favor do agronegócio é o chamado Ciclo PDCA — sigla para Plan (Planejar), Do (Executar), Check (Checar) e Act (Agir). Essa metodologia foi desenvolvida na década de 1920 com o objetivo de ser aplicada na administração da qualidade de gestão em indústrias, sendo recomendada para que as empresas obtivessem aprimoramento contínuo em seus produtos. Com os anos, no entanto, o ciclo foi passando por mudanças e expandindo seu propósito inicial. Hoje, ele é considerado uma das ferramentas mais completas e eficientes para gerenciamento de qualquer tipo de empresa — independente do porte ou segmento de atuação.
“O ciclo busca trazer melhorias contínuas nos processos de uma empresa, seja através da implantação de novas ideias ou da solução de problemas existentes, com o objetivo de cumprir metas pré-estabelecidas. Ele é muito comum em áreas como gestão de pessoas e desenvolvimento de produtos, mas, no agro, também é capaz de trazer benefícios enormes”, destaca Bernardo, que levou o método em consideração na hora de definir o portfólio da empresa que comanda. “A Hexagon oferece tecnologias para auxiliar o gestor rural em cada uma das fases do ciclo, garantindo uma completa integração dos sistemas e, consequentemente, uma gestão muito mais otimizada”, reforça.
Confira como funciona cada etapa do Ciclo PDCA e como elas podem ser aplicadas no agro:
1 – Planejar (Plan)
O primeiro passo recomendado pelo Ciclo PDCA é o planejamento. Como o próprio nome diz, nesse período, o objetivo é planejar as atividades que serão realizadas, as ferramentas necessárias e os resultados esperados. No âmbito do agronegócio, isso contempla questões como a época da operação, as máquinas, insumos e mão-de-obra necessária, os gastos previstos e o rendimento esperado ao final da produção.
Para auxiliar neste momento, o mercado agrícola já conta com softwares que permitem planejamentos a curto, médio e longo prazo, dimensionando investimentos e controlando custos, desde o preparo do solo até o transporte da matéria-prima colhida. “Com uma ferramenta de planejamento, todas as informações necessárias para um diagnóstico da produção agrícola são coletadas e cruzadas, gerando um plano confiável a ser seguido”, explica Bernardo. A tecnologia reduz ao mínimo as chances de imprevistos que atrapalhem a execução dos procedimentos e ainda garante o máximo de aproveitamento a partir dos recursos existentes, reduzindo desperdício de insumos e até combustíveis de máquinas.
2 – Executar (Do)
A segunda fase tem a intenção de colocar em prática tudo o que foi planejado, por meio da execução das tarefas estipuladas. Também é importante estar atento para acompanhar de perto esse andamento, assegurando que as atividades aconteçam como foi planejado.
No setor agrícola, é possível contar com o apoio das tecnologias de automação de máquinas, tais como piloto automático e controladores de fertilização e pulverização, para otimizar esse estágio do ciclo. “Atuando com agricultura de precisão, as soluções disponíveis melhoram o desempenho das máquinas e, através de sensores, geram dados que podem ser utilizados em tempo real para ajustes na operação”, reforça o presidente da divisão de Agricultura da Hexagon.
3 – Checar (Check)
A etapa de checagem pode ser realizada simultaneamente ou ao final das ações. É o momento de monitorar e medir cada passo da operação, registrando possíveis problemas que interferiram nos processos.
“Para ajudar na checagem do Ciclo PDCA no agronegócio, existem tecnologias altamente especializadas, capazes de gerar relatórios, gráficos e painéis detalhados de tudo o que acontece no campo”, explica Bernardo. As informações ajudam os gestores na tomada de decisões mais assertivas e direciona os operadores das máquinas para a melhor execução.
4 – Agir (Act)
Por fim, apesar de se chamar “ação”, a última etapa do Ciclo PDCA não necessariamente está relacionada à execução das atividades, mas sim à análise e gestão final de todo o processo. A ideia é refletir e avaliar o caminho que foi seguido, para, em seguida, implementar ações — sejam elas contínuas ou corretivas. Caso seja avaliado que o resultado esperado foi alcançado, pode-se adotar o método de trabalho utilizado para as próximas produções. Por outro lado, se as expectativas não foram preenchidas, deve-se buscar as causas do problema e, a partir disso, iniciar um novo ciclo buscando resolvê-las.
No agronegócio, soluções de gestão operacional e business intelligence conectadas a sensores e computadores de bordo das máquinas agrícolas permitem a análise inteligente de informações como tempo de trabalho, horas ativas e quantidade de combustível consumido. “Elas possibilitam gerar relatórios e visões com dados consolidados e comparar o planejado com o realizado, ajudando na elaboração de estratégias para melhorias futuras, o que é exatamente a proposta da última parte do Ciclo PDCA”, enfatiza o presidente da divisão de Agricultura da Hexagon.