PRODUTORES CONTABILIZAM PREJUÍZO COM AS CHUVAS SUCESSIVAS NA NICARÁGUA
Por Josiane Cotrim Macieira* |
Especial para Comunidade Manejo da Lavoura Cafeeira
Quais serão as conseqüências das chuvas dos últimos dias na safra de café na Nicarágua, cuja colheita começa em menos de dois meses? Ainda é difícil precisar isso exatamente. No entanto, é muito fácil verificar que o escoamento da produção será gravemente prejudicado. As estradas estão danificadas por todo país e muitas pontes destruídas. Segundo o serviço de meteorologia as chuvas já atingiram os níveis de 2008, ano do furacão Mitch.
Na região do Pacífico, em uma semana apenas, choveu mais de 1.500 mm. Só na terça-feira foram 160 mm de precipitação. No norte do país, nas zonas de altitude, onde são produzidos cafés de alta qualidade, os produtores já fazem as contas de quanto terão que gastar para recuperar estradas e caminhos nas propriedades.
A cafeicultora Gabriela Figueroa de Hueck já contabiliza os gastos para consertar o trecho de estrada de sua propriedade que foi destruído pelas chuvas. Gabriela possui a primeira fazenda de café da Nicarágua certificada com o selo “Com manos de Mujer”. Situada em Dipilto, na província de Nueva Segóvia onde são produzidos cafés de excelente qualidade, “Las Marias” é uma pequena propriedade de 28 hectares onde a maioria das trabalhadoras são mulheres.
No ano passado a produção foi de 300 sacas de 50 quilos aproximadamente (quintal). Para esse ano de bienalidade positiva, ela calcula uma produção de 500 sacas. Gabriela já fez os cálculos do prejuízo na infraestrutura causado pelas chuvas. Vai precisar de 3 mil dólares só para consertar o trecho da estrada, o que vai onerar o custo da produção. O que dá segurança, diz a cafeicultora, é que temos uma relação direta com os clientes e sabemos que a comercialização do nosso produto está garantida. O café da fazenda “Las Marias” é vendido para a Suécia.
*Cafeicultora, Jornalista e Presidente da IWCA Brasil
Guatemala
Vejam na foto (Guatemala) abaixo o estrago que a chuva faz neste início de colheita na América Central (Guatemala, Honduras, El Salvador, Costa Rica e Panama).
Isto não quer dizer que as chuvas vão manter durante a colheita o tempo todo.
Neste mês de outubro (final das águas) chuvas são normais, porém em algumas regiões está chovendo há 10 dias sem parar, trazendo prejuízos nas zonas mais baixas (e quentes) por 2 motivos: não é possível colher o café e ataques de fungos nos grãos ‘cerejas’ derrubam o fruto no chão.
Um abraço a todos.
João Romero (enviado por e-mail)