O clima chuvoso neste início de ano vem beneficiando o desenvolvimento do café nas lavouras de todo o Brasil. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP), no Sul de Minas, a maior região produtora nacional de arábica, o volume de precipitações ultrapassou 200 mm no correr de janeiro, considerado bom para os grãos, que se encontram na fase de enchimento.
Ao mesmo tempo, diante das chuvas constantes e de temperaturas elevadas, a incidência de doenças pode aumentar, requerendo atenção ao controle fitossanitário. O início da colheita de arábica é estimado para maio -a de robusta, a partir de abril- e chuvas durante essas atividades tendem a ser prejudiciais à qualidade do café.
Apesar do clima favorável, a estiagem entre agosto e outubro de 2007 já prejudicou a próxima produção brasileira, de bianualidade positiva. A primeira estimativa de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada em janeiro, mostra que o País deve colher entre 41,2 e 44,1 milhões de sacas de 60 kg, abaixo das expectativas do mercado, que aguardava um volume próximo a 50 milhões de sacas. Em algumas áreas no sul de Minas, muitos pés ficaram desfolhados e sem força para originar flores.
Mesmo com a expectativa de uma boa safra para este ano, os estoques reduzidos devem sustentar os preços do café pelo menos no primeiro semestre de 2008. Em maio, portanto, quando se inicia a nova safra, os estoques podem estar muito baixos.
As chuvas também beneficiam as lavouras de robusta no norte do Espírito Santo. Se o clima permanecer úmido e com temperaturas amenas neste primeiro trimestre, a produção capixaba deverá ser satisfatória. Nas regiões produtoras de robusta do Vietnã, o maior produtor mundial da variedade, as condições climáticas também têm sido favoráveis, desde o final de 2007.