Chuvas animam produtores de café de Barra do Choça BA

Cafeicultores de Barra do Choça comemoram e esperam que o clima se mantenha por mais alguns dias, pelo menos

16 de novembro de 2005 | Sem comentários Mercado Previsão do Tempo
Por: A Tarde por Juscelino Souza

Barra do choça (DA SUCURSAl SUDOESTE) – A chuva forte que atingiu Barra do Choça, município a 542 quilômetros de Salvador, era tudo o que os agricultores e pecuaristas mais queriam desde o final de agosto, quando caiu a última gota de chuva na região.

Maior produtor individual de café do Norte e Nordeste, cultura consorciada com banana, abacate, pimenta, mel e pelo menos outras cinco atividades agrícolas, a região de Barra do Choça suportou bem o período seco, mas segundo produtores tradicionais, como Israel Tavares Viana, “a situação já estava no limite”.

Pecuarista, cafeicultor e produtor de abacate, Viana esperava que a chuva começasse antes. “Mas está ótimo”, sintetiza. Um dos dias mais chuvosos na região foi exatamente a véspera do feriado, 14. O serviço de meteorologia prevê para hoje, em Barra do Choça, sol e nebulosidade variável com pancadas isoladas de chuva, com mínima de 16 e máxima de 27 graus. “Se chover pelo menos metade do que tem chovido nos últimos cinco dias, a safra está garantida e ninguém tem o que queixar”, disse Israel.

PAISAGEM MUDADA – No sul do Estado, a frente fria que está na região há cinco dias mudou a paisagem de sol forte e muito calor para dias nublados e ar abafado com chuvas esparsas. Os transtornos começaram na sexta-feira, quando a mudança do tempo atrasou os primeiros vôos do dia, no Aeroporto Jorge Amado, em Ilhéus, mas nem o Corpo de Bombeiros ou a Defesa Civil receberam chamados, em Itabuna e Ilhéus. Nas demais cidades, o tempo fechado não chegou a causar prejuízos.

Mesmo com previsão de chuva na região, muita gente pegou a estrada e pensou em curtir o feriadão nas praias de Ilhéus, Itacaré ou Canavieiras. Pura decepção, pois mesmo não chovendo forte, o sol desapareceu entre as nuvens. “Voltei mais cedo, porque não tem graça ir à praia e ficar em casa porque não tem sol”, disse a comerciante Marly Martins.

TROVOADAS – Na região do semi-árido, a chuva registrada nos últimos dias não tem sido suficiente para encher aguadas, nem para incentivar cultivos. “Chuva boa, agora, é a das trovoadas. E o sinal de que elas estão chegando é quando o relâmpago começa no norte. Mas ainda nada”, explica o pequeno produtor rural Agnelo de Lima, 71 anos.

Morador do distrito de Tiquaruçu, antigo São Vicente, localizado no semi-árido, Agnelo, entretanto, não faz pouco caso da chuva que tem sido registrada: “O que Deus manda, aceita-se com o coração”, ressalva.

PERDAS – Em Eunápolis, no extremo sul do Estado, há três meses não chovia. “Perdemos muita coisa”, conta a produtora rural Graziele Rocha das Virgens, que, junto com as amigas Zenilda Francisco dos Santos e Joana dos Santos, trabalha numa horta no distrito de Colônia, município de Eunápolis.

Há quatro dias começou a chover na região, o que ajudou as trabalhadoras a garantir seus empregos e a conseguir salvar o restante de produção de hortelã, alface, espinafre, mandioca, feijão-de-corda e couve-flor. “A hortelã e o espinafre estão começando a se recuperar, mas o prejuízo foi grande”, diz Graziele.

Colaboraram Maria Eduarda Toralles, Ana Cristina
Oliveira e Edson Borges

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