Chuva e calor aumentam incidência de doenças em lavouras de MG

Chuva e calor aumentam incidência de doenças em lavouras de MG
(16/03/2009 08:49)

As lavouras de café do sul de Minas Gerais começaram a ser prejudicadas pela incidência de doenças, causadas pelas altas temperaturas e as chuvas frequentes na região nos últimos dois meses. De acordo com duas cooperativas de produtores, a situação é pior nos casos de infecção por ferrugem. Além das condições climáticas, outro fator que propiciou a contaminação foi a redução nos tratos culturais em virtude da alta dos preços dos insumos.

A ferrugem provoca uma desfolha intensa no cafeeiro, conforme explicou o gerente do Departamento Técnico da Cooparaíso (Cooperativa de Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso), Marcelo Moura Almeida. Sem folhas, dificilmente ocorrerá um bom “pegamento” das próximas floradas e pode ocorrer uma queda na produção. Também vem sendo registradas a ocorrência de cercóspora, que provoca o murchamento dos grãos. Com isso, o rendimento das lavouras também poderá diminuir. Normalmente, os cafeicultores utilizam de 450 e 500 litros de café em grão para 1 saca de café beneficiado. Com grãos menores, o mais provável é que este volume aumente.

Outro fator que vem trazendo preocupação ao setor é o aumento dos custos de produção. De acordo com levantamento realizado pela Cooparaíso, os gastos com uma lavoura com produtividade média de 20 sacas por hectare, que representa a média da produção cafeeira brasileira, gira em torno de R$ 6.955,84/hectare. Este valor contempla o total gasto com insumos, serviços com encargos e custos da terra. Se for considerada a produtividade média das lavouras cafeeiras, o valor chega a R$ 347,79 por cada saca de café produzida. “A questão é que o cafeicultor vem vendendo o café por R$ 250,00/saca, o que representa um prejuízo de quase R$ 100,00”, aponta Marcelo Moura Almeida.