Bom Dia São Paulo – Antena Paulista
Com a chegada do frio, as bebidas quentes são ótimas opções para as pessoas manterem a temperatura do corpo aquecida e, de quebra, saciar a fome. Cappuccino, chás, chocolates quentes e o famoso cafezinho ganham mais audiência quando chegam o outono e inverno.
Em São José do Rio Preto (SP), por exemplo, a venda de bebidas quentes aumentou cerca de 30% com a chegada das frentes frias.
Em uma cafeteria no centro da cidade, em dias quentes, são vendidas cerca de 100 xícaras de café por dia. Com o frio, a venda pula para quase 300 em um único dia. “É uma época em que sempre as pessoas estão procurando bebidas quentes para fugir do frio. E o café é a preferência nacional. Costumamos dizer que rio-pretense não gosta de frio, mas eu até que gosto”, brinca José Antonio Villar, dono da cafeteria.
O frio também aquece as vendas de uma cafeteria no bairro Redentora. O local, que costuma vender 1,4 mil cafés expressos, aumentou as vendas para mais de duas mil com a chegada do frio. “Os principais horários de venda são na parte da manhã, quando as pessoas vão par ao trabalho e também no fim do dia. É um aumento considerado”, diz Rosilene Cristina, funcionária do estabelecimento.
Mas em uma das mais tradicionais cafeterias de Rio Preto, a venda do famoso cafezinho manteve sua média. Isso porque o local é ponto de encontro dos amantes do café e de personalidades da sociedade que se reúnem para debater todo tipo de assunto. “Tenho uma clientela fixa, que sempre pede um cafezinho para conversar com os amigos. Tivemos um aumento nas vendas de outras bebidas, como cappuccino e chocolate quente”, afirma Omar Sarout, que trabalha na cafeteria.
Em Itapetininga (SP), Alessandro Duarte de Melo, 45 anos, aprendeu a faturar um pouco mais em sua padaria (Padaria São João) durante os dias frios. Há alguns anos, ele acrescentou os caldos entre os itens comercializados na loja. Os pratos são vendidos durante todo o ano, mas no inverno a procura triplica. “Nesse período oferecemos 12 tipos de caldos e sopas. Tem canja de galinha, sopa de mandioquinha, de ervilha, caldo verde, de feijão, entre outros. No verão, essas opções são bem reduzidas”, explica. O comerciante ressalta que, por ser um alimento quente, é uma boa opção para o frio, ao contrário do verão. “No verão as sopas são procuradas por pessoas que estão em dieta”, comenta.
O proprietário conta que os caldos começam a ser servidos às 18h30 e é produzida uma quantidade para durar até às 23h, mas nem sempre isso acontece. “Tem dia que as sopas acabam às 21h. Em um dia bom, chegamos a vender cerca de 110 caldos, mas a média no inverno é de 80 pratos por dia. Já no calor, são em média 35 pedidos”, afirma.
Como o frio intenso é sinônimo de espantar freguês, como conta o empresário, o jeito foi criar o disk-sopa. “O pessoal gosta da sopa no frio, mas quando ele é intenso, ninguém se arrisca em sair de casa. Então, resolvemos entregar, assim, mantemos as vendas”, ressalta.
Ele comenta que o caldo é servido junto com queijo parmesão e uma cesta com diversos tipos de pão. O caldo custa R$ 8, mas quem optar pela meia porção, vai pagar R$ 4,5. Para entregar, o pedido sai por R$ 8,50 e R$ 5, respectivamente. Outros itens que são produzidos especialmente para o inverno são o chocolate quente cremoso, que chega a vender 30 xícaras grandes por dia, e o fondue de chocolate com morango, com 150 pedidos por dia. Mas o proprietário explica que o fondue é oferecido apenas em fins de semana e feriados.
Melo explica que o faturamento não chega a alterar tanto. Ele argumenta que no inverno, os produtos de padaria vendem mais, como pães, doces e salgados, tendo um aumento de 40%, mas os produtos da parte de choperia, caem cerca de 30%. “No verão, o que não faturo com a confeitaria, faturo com a cervejinha”, relata.
A padaria está com a família desde o avô de Melo, passando para o pai dele, que atuou por mais de 40 anos como padeiro, e agora deixou para Alessandro Melo e outros dois irmãos tomarem conta. “Meu pai fica só nos bastidores, dando opinião, mas não trabalha mais. Praticamente nascemos na padaria. Já estou nessa vida há 20 anos. Temos três unidades na cidade, duas no Centro e uma na Vila Aurora, em Itapetininga. Quando meu pai começou, era aquela padaria típica, vendia apenas pão e leite. Meu pai é pioneiro na cidade com confeitaria. Onde é a parte da choperia hoje, antigamente era a nossa casa, que derrubamos para ampliação”, finaliza.
O frio chegou à região de Sorocaba (SP) antes do esperado. Nesse mês de maio, as baixas temperaturas impulsionaram o aumento nas vendas de edredons, cobertores, além do vestuário para estação outono/inverno. Quem saiu lucrando com esse ‘friozinho’ foram as produções locais – lojas e fábricas começaram a se preparar para o inverno há cinco meses, mas já estão colhendo frutos com a queda da temperatura.
O aumento na produção, segundo uma fábrica instalada na cidade de Sorocaba, foi de 40%, o que reflete diretamente nas vagas de emprego . Ao todo, onze pessoas foram contratadas para dar conta do crescimento da produção no setor de edredons e mantas. O contrato é temporário, para um período de três meses, mas, a história pode mudar dependendo do desempenho do profissional, já que o ramo possibilita grandes chances dele ser efetivado. Em outra fábrica da cidade, as encomendas aumentaram 80% em relação aos meses mais quentes e dentre os pedidos mais requisitados estão cachecóis, gravatas estilizadas, gola para aquecer o pescoço e casacos que misturam lã e tecidos que se ajustam as formas do corpo.
O frio também se instalou na cidade de Jundiaí (SP). N o dia 1° de maio, a estação automática do Instituto Nacional de Meteorologia registrou a menor temperatura na região neste ano. Foram 11 graus, mas a sensação térmica chegou aos 7 graus. Essa queda de temperatura obrigou as pessoas a tirarem as roupas de inverno do guarda-roupa. O comércio local também modificou – as vitrines já estão lotadas de calças, blusas e até agasalhos em promoção – o inverno tomou conta literalmente. No ramo dos calçados, as botas tomam conta da frente das lojas e segundo Caio Costa, lojista da cidade, são a preferência das mulheres. “Temos botas de todos os estilos, modelos, cores. Mas as que estão com mais saída são do modelo montaria, nas cores preto e marrom. Esse estilo de sapato é versátil, ja que a mulher pode sair e também trabalhar”, conta. O lojista também ressalta o aquecimento das vendas ” Nessa época, lotamos o nosso estoque com botas. Há todos os tipo de de numeração e estilos, mas com tanta procura, já fizemos novas encomendas”, finaliza.
Uma tradicional sorveteria aposta nos sorvetes quentes durante a época de temperaturas baixas. De acordo com a empresária Rita de Cássia Leandro, as opções são oferecidas para que o movimento não seja afetado ainda mais. “Fazemos o sorvete assado e no mês que vem teremos o sorvete frito e caldinhos. Colocamos no cardápio já que o movimento cai consideravelmente no frio”, explica.
A receita que é levada ao forno elétrico conta com frutas, sorvete, coberturas e merengue. Tudo em uma cumbuca de barro. Depois de quente, o merengue forma uma casca crocante, o que deixa a sobremesa uma delícia. “É o nosso carro-chefe nos meses de frio”, conta.
Há 9 anos no mercado, a empresária avisa que existe um segredo especial na elaboração da receita. “Isso não vou revelar. Por isso que faz sucesso. Apesar da queda no movimento, muitos clientes não ligam para a baixa temperatura e não dispensam o sorvete como sobremesa”.