A exemplo da carne para exportação, agora é a vez do café
O segundo dia do evento Café e Cultura foi marcado por um ciclo de palestras de representantes de institutos importantes, ligados à cafeicultura nacional. Profissionais do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Embrapa Café expuseram informações a respeito da produção integrada de produtos agropecuários no Brasil.
Hoje, 21, último dia do simpósio, além das palestras, estão previstos debates e visitas a duas fazendas de café na região de Poços de Caldas. Dentre os palestrantes, Julian Silva Carvalho, coordenador-técnico estadual da Emater-MG ( Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais), vai falar sobre o programa Certifica Minas – Café, que tem a parceria do órgão com o governo de Minas de Gerais.
De acordo com o coordenador, o programa tem como objetivo principal beneficiar os cafeicultores do estado, incluindo, “prioritariamente, a agricultura familiar”. Na questão da certificação, ele acredita que, para os próximos anos, ela vai deixar de ser um fator opcional e passará a ser uma exigência mundial. “Sabemos que a certificação já era bastante empregada quando se tratava de exportações. Hoje, com o avanço dos nichos de mercado de café no mundo, ela se tornará essencial para quaisquer tipos de negociação de produto, tanto no mercado externo, quanto no interno”, afirma Carvalho.
O coordenador-técnico da Emater-MG alega que a certificação poderá até não suprir as demandas de todas as partes do mundo, porém, nos principais pólos econômicos, ela será um atributo indispensável ao produto negociado. “Alguns países da Europa e América do Norte têm receio quanto ao bioterrorismo, que se mostra como uma nova arma de destruição em massa. Nesse sentido, a certificação será primordial para que as exportações continuem normalmente, assegurando a entrada de alimentos de qualidade nos países desenvolvidos. Isso já acontece com a carne. Agora é a vez do café”, declara Carvalho.
O café de qualidade e procedência está sendo cada vez mais procurado no mercado interno. O brasileiro tomou consciência da qualidade como diferencial. O 1º Simpósio de Certificação de Cafés Sustentáveis atua nesse mesmo propósito, buscando, através dessa consciência, propor novos modelos e políticas públicas voltadas à certificação, como sendo padrão de mercado. “A partir da troca de informações aqui realizada, vamos gerar conceitos e transmiti-los às instituições de pesquisa e aos órgãos federais, para que a certificação seja mais um item na produção e no comércio de café, pois, sabemos que o café brasileiro é sustentável e de ótima qualidade”, afirma Sérgio Parreiras Pereira, organizador do evento e pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC).