18/01/2010 – 16h30
Bernardino Cangussu
O programa Certifica Minas Café fez em 2009 a certificação de 641 fazendas, aumentando para 1.024 o número de propriedades com essa classificação no Estado, informa o assessor especial de Café da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Bernardino Cangussu. Ele diz que o número atual equivale a quase o triplo das fazendas mineiras de café que obtiveram a certificação internacional na primeira etapa do programa, em 2008.
“Em 2010 deve aumentar para 1.200 o número de fazendas de café com certificação”, acrescenta Cangussu. O objetivo do programa é fazer a adequação das fazendas para a utilização das boas práticas agrícolas de gestão de propriedade, preservação ambiental, viabilidade econômica das ações, segurança alimentar e respeito social. “A certificação é um meio para garantir o aumento da competitividade do café de Minas Gerais nos mercados internacionais”, prossegue o assessor. Ele explica que as condições de sustentabilidade são exigidas por esses mercados.
Cangussu explica que o Certifica Minas Café é realizado pela Seapa, por intermédio de suas entidades vinculadas. Os interessados em participar do programa devem procurar a Emater-MG para fazer sua inscrição. A empresa responde pela assistência técnica para adequação das propriedades às normas e práticas da certificação. O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) faz as auditorias preliminares de adequação das propriedades.
Já a certificadora suíça IMO (Instituto de Mercado Ecológico), credenciada pelo Governo de Minas, responde pela auditoria final de acreditação das propriedades. De acordo com o assessor, a IMO está há mais de 20 anos no mercado e atua em mais de 50 países, sendo pioneira no ramo de produtos certificados na Europa.
Valorização do produto
Segundo Cangussu, o Governo do Estado presta assistência técnica, por meio da Emater-MG, a 1.800 propriedades no Programa Certifica Minas Café entre certificadas e em processo de certificação. As propriedades certificadas já estão se beneficiando, ele observa. A Secretaria de Estado de Agricultura assinou em julho de 2009, com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), um termo de cooperação que disponibilizará às indústrias filiadas ao Programa de Cafés Sustentáveis (certificação das indústrias) desta entidade os cafés de qualidade dos produtores certificados no Certifica Minas Café.
“Isso significa a criação de um canal de comercialização direto entre o produtor e a indústria, possibilitando o pagamento de prêmio sobre a qualidade dos cafés, que varia de 10 a 25% sobre o preço do dia, e depositando 5% das vendas para um fundo que será revertido para os cafeicultores e pequenas torrefações”, ressalta o assessor. “As indústrias que adquirirem cafés certificados dentro do programa poderão utilizar o selo Certifica Minas Café – Abic nas embalagens dos cafés.”
Mais de 1000 propriedades foram certificadas
Cangussu diz que a atuação do Governo de Minas na área do café corresponde à importância do produto para o Estado. “Somos o maior produtor e exportador de cafés do Brasil”, ele explica. A safra mineira de 2010 está estimada entre 23,2 milhões e 24,7 milhões de sacas, podendo alcançar 50,7% da produção nacional, observa ainda o assessor. Para dar suporte ao desenvolvimento da cafeicultura, o governo estadual disponibiliza assistência técnica qualificada em praticamente todos os municípios cafeeiros. Além disso, há cursos de aperfeiçoamento da atividade, provas gratuitas para os produtores conhecerem a qualidade dos seus cafés e Concursos de Qualidade dos Cafés para promoção da atividade. Em 2009, o produtor campeão do concurso vendeu cafés a R$ 2.500,00 a saca.
O assessor ainda destaca que o Governo do Estado também alterou os padrões de cafés adquiridos pelo poder executivo mineiro. “Esta medida trará reflexos positivos para a qualidade dos cafés de Minas”, finaliza.
Agência Minas