A retomada das chuvas nas últimas semanas pode levar os produtos de café do cerrado mineiro a colher a maior safra dos últimos quatro anos. Para a próxima safra, a expectativa é de que a produção seja superior a seis milhões de sacas de café.
De acordo com o engenheiro agrômomo da EduCampo Rodrigo José Muniz, o período que vai de outubro a maio é essencial para o cafeeiro, e ele não pode passar sem água. “É quando ocorre a expansão do fruto, o ‘chumbão’, que vai ser a safra 2016. E também o crescimento dos ’nós’, que depois vai ser a florada de 2016 e a safra de 2017”, informa.
Nas duas últimas duas temporadas, os produtores do cerrado de Minas Gerais conviveram com baixo níveo de produtividade. Porém, nesta safra, a produção da região corresponder a quase um terço do total estimado para todo o estado, de acordo com o superintendente da cooperativa Expocaccer, Sérgio Dornelas da Silva.
Para chegar a um bom resultado, contudo, será preciso um volume contínuo de chuvas, e temperaturas não muito elevadas. “Se não tivermos surpresas climáticas em nosso parque cafeeiro, o potencial de produção é superior a seis milhões desacas”, afirma o representante da cooperativa.
Veranico
A boa florada no início da safra deixou o cafeicultor Osvaldo Aparecido Ninim otimista, mas um veranico de quase 50 dias prejudicou o desenvolvimento dos chumbinhos, estruturas que surgem após a florada e são determinantes para a formação do grão.
Essa situação climática trouxe perda de 15% em talhões mais jovens, e teria zerado a produção em talhões antigos. Por essa razão, Ninim optou por fazer a poda tardia para tentar baixar os custos de produção.
Mesmo assim, ele acredita que a produção deve dobrar em relação à temporada anterior, atingindo a média de 35 sacas no próximo ano.
Fonte: Canal Rural