Cenário externo pesa e DIs se ajustam para baixo na BM&F

04/06/2010 – 16h18
Cenário externo pesa e DIs se ajustam para baixo na BM & F


SÃO PAULO – Nas vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que ocorrerá na próxima semana, foram os acontecimentos no cenário externo que voltaram a pressionar a curva de juros futuros na jornada desta sexta-feira.


Novas preocupações com o ritmo de recuperação do mercado de trabalho americano e com a situação fiscal de países europeus – neste caso a Hungria – levou os Depósitos Interfinanceiros (DIs) a reduzirem os prêmios de risco na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM & F).


O governo húngaro reconheceu hoje que o país poderá ser a próxima Grécia, em função de seu endividamento fiscal. Já nos Estados Unidos, foram criadas apenas 431 mil vagas em maio, ante uma expectativa de 500 mil projetada por alguns economistas.


Ao fim da jornada, o contrato com vencimento em janeiro de 2011, o mais líquido do dia, recuava 0,07 ponto percentual, a 10,98%, enquanto o vencimento no primeiro mês de 2012 perdia 0,09 ponto, a 11,82%. Já o DI de janeiro de 2013 cedia 0,12 ponto, a 12,00%, e o do início de 2014 recuava 0,11 ponto, a 12,14%.


Já entre os vencimentos mais curtos, o de julho de 2010 avançava 0,02 ponto, a 9,945%, enquanto o de agosto mantinha taxa de 10,145%. Já o DI de outubro deste ano recuou 0,02 ponto, para 10,58%.


Até as 16h15, antes do ajuste final de posições, foram negociados 859.800 contratos, equivalentes a R$ 77,523 bilhões (US$ 42,219 bilhões), pouco abaixo do registrado na quarta-feira. O vencimento para janeiro de 2011 foi o mais negociado, com 258.705 contratos, equivalentes a R$ 24,348 bilhões (US$ 13,260 bilhões).


Na avaliação do sócio da InvestPort, Dany Rappaport, a parte mais longa da curva de juros está oscilando de acordo com as expectativas mais globais.


\”Em dias como o de hoje, uma visão de deterioração da atividade econômica afeta a parte mais longa da curva, no sentido de que o Banco Central pode até fazer uma alta de juros agora, mas, em algum momento, terá que olhar para este cenário global mais conturbado\”, comentou.


Segundo ele, para esta reunião de junho, é esperado um aumento da Selic de 0,75 ponto, para 10,25% ao ano, tendo em vista que a atividade local, a demanda brasileira, segue muito forte.


\”Mas o Banco Central precisa dar alguma mensagem de que os juros não vão subir tanto como se espera. Mesmo que aumente a Selic em 0,75 ponto, a instituição tem que indicar que está atenta ao cenário global\”, afirmou Rappaport, para quem a Selic deverá estar situada em 10,50% ao ano em dezembro.


(Beatriz Cutait | Valor)

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