10/09/2009 – Um agricultor de São Paulo recebeu um prêmio nacional pelas práticas sustentáveis adotadas na propriedade. O café do seu sítio é cultivado com tecnologia e respeito ao meio ambiente e aos trabalhadores. Quem chega ao sítio Retiro Santo Antônio encontra uma propriedade bem cuidada, mas os caprichos não estão só nas aparências. Quando chegou ao local, em 1994, a família de Jéferson Adorno encontrou um cenário bem diferente.
“Era muito pouco reflorestado, a mata toda destruída em volta”, conta Jeferson Rissato Adorno. A recuperação ambiental foi iniciada com recursos próprios, mas, há dois anos, com verbas do programa estadual de microbacias, a vegetação nativa do córrego que corta a propriedade foi toda recuperada. “Já teve uma mudança muito boa na quantidade de água, nas nascentes a gente vê que não seca mais as nascentes na época seca”, diz Jeferson.
Com orientação técnica, os defensivos químicos passaram a ser usados com critério que protege o meio ambiente e também a saúde dos funcionários. Rosimeire trabalha oito horas por dia, mas quando termina o serviço, descansa em uma casa espaçosa e confortável. “Não tenho o que reclamar.
É gostoso e eu gosto de morar na roça”, garante Rosimeri Ferreira, agricultora. Com o bom uso da tecnologia, o cultivo do café ganhou qualidade. Hoje os grãos produzidos no local são rastreados desde o pé até a secagem. São estas características de administração que o Conselho dos Exportadores de café (Cecafé) querem incentivar.
O sitio Retiro foi escolhido como o melhor do Brasil em sustentabilidade ambiental e social. Uma parte do prêmio de 35 mil reais foi investida na construção de um depósito e o resto foi dividido com os funcionários.
Jeferson não quer parar por aí. Junto ao Sebrae, busca um certificado de qualidade que sirva de referência para o consumidor do seu café. “Esta certificação vai fazer justiça, vai separar o joio do trigo e mostrar quem respeita mais os funcionários, condições dignas de moradia, o meio ambiente. A gente deve estar no caminho certo”, acredita ele.
O prêmio do Cecafé é dado para produtores indicados por cooperativas, sindicatos, associações de classe e instituições de pesquisa. Só neste ano, o seu Jéferson já plantou 2.800 mudas para a recuperação da mata ciliar.