CECAFÉ E ABIC QUESTIONAM COMPRAS DE CAFÉ VIA AGF

Por: Agência Safras

05/08/2009 – O presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Guilherme Braga, e o diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), Nathan Herszkowicz, questionaram a eficácia da iniciativa anunciada pelo governo na semana passada, de compra de café por meio de operações de Aquisição do Governo Federal (AGF), a fim de dar sustentação dos preços no mercado interno e garantir a renda do agricultor. Guilherme Braga afirmou que todos elos da cadeia da cafeicultura concordam que é necessário garantir a renda dos produtores, mas ele avalia que a compra de café pelo governo não é a melhor alternativa.

Na opinião de Braga, este tipo de intervenção no mercado apenas adia o problema, pois o café comprado pelo governo uma hora terá que voltar para o mercado, quando pressionará os preços. A proposta do presidente do Cecafé é de que o governo incentive os bancos a criarem linhas de financiamentos para que o setor privado adquira a safra e carregue os estoques, o que garante o fluxo de mercadoria para atender à exportação e ao mercado interno.

Nathan Herszkowicz diz que a indústria “vê com preocupação a decisão do governo de comprar café, porque outras medidas já foram tomadas, como a prorrogação de dívida e os leilões de opção de venda para retirar 3 milhões de sacas do mercado, mas os preços não reagiram”.

Neste governo, diz ele, o que não faltou foi apoio do governo à cafeicultura, pois neste ano os produtores já contaram com R$ 2,5 bilhões do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), para diversos tipos de financiamento. Para o executivo, o fato de os leilões de opções não terem impulsionado os preços do café mostra que a disponibilidade do produto deve estar acima da demanda, mesmo com a exportação de 31 milhões de sacas na safra 2008/09 e a perspectiva de consumo de 18,2 milhões de sacas no mercado interno neste ano (ante 17,5 milhões consumidas no ano passado).

Na opinião de Herszkowicz, o Ministério da Agricultura deveria retomar as discussões sobre o documento “Agenda Estratégica da Cafeicultura”, para que o setor possa chegar a propostas “mais estruturantes e definitivas”.

Para Guilherme Braga, do Cecafé, o leilão de opção não proporcionou o resultado esperado pelo governo porque mais uma vez as cooperativas concentraram as compras dos títulos. Braga afirmou que o leilão seria mais eficaz se tivesse sido mais abrangente, com um universo maior de produtores podendo exercer a opção de venda da mercadoria para o governo. – Revista Cafeicultura


Comentários

Mara Freitas

adm@marafreitas.adm.br
A proposta estruturante para o setor cafeeiro é: eu hablo, tu hablas, el habla, nosostros hablamos, vosotros hablais, ellos hablam…Sinto informar, mas não dá mais tempo. Daqui 100 anos a indústria brasileira será citada nos livros de história como a grande vilã que enterrou a secular cafeicultura brasileira, em razão da irreversível necessidade da importação de café no país. Quem dera que a Agenda Estratégica resolvesse alguma coisa… Mais um projeto, para desperdiçar tempo e dinheiro do Estado e dos contribuintes. Espero que eu esteja erradíssima no meu raciocínio, caso contrário, terei de aprender a saborear cafés lavados centro-americanos, com toque vietnamita e africano de fundo.

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