Cecafé: Brasil terá embarques crescentes de robusta

Por: Reuters

Roberto Samora


29/05/2009 – O Brasil deverá ter produção e exportação crescentes de café robusta nos próximos anos, com uma maior demanda por esse tipo de produto e também com os cafeicultores brasileiros obtendo melhores produtividades para essa variedade, avaliou o presidente do conselho deliberativo do Cecafé, entidade que reúne os exportadores do país.


“Acho que devemos caminhar para alguma coisa como 20% de participação de robusta nas exportações no médio e longo prazos. Hoje é insignificante”, declarou João Lian à Reuters, durante evento do Cecafé que reuniu integrantes do mercado em São Paulo, nesta segunda-feira. De acordo com Lian, o médio e longo prazos viriam em 5 ou 10 anos.


Segundo o presidente do Cecafé, na medida em que novas técnicas agrícolas estão sendo implantadas no Espírito Santo, principal produtor dessa variedade no Brasil, a produtividade deverá aumentar, elevando o excedente do café para a exportação. Atualmente, a maior parte da produção de robusta brasileira é absorvida pela indústria doméstica, que utiliza o produto principalmente para a fabricação de café solúvel.


“Você verifica que o produtor de robusta é o mais comprometido com aumento de produtividade, com investimentos em gestão do negócio. É hoje o cafeicultor que tem rentabilidade”, afirmou, lembrando ainda que o preço do café robusta “está mais próximo do arábica”, tradicionalmente mais caro.


O Cecafé prevê que o Brasil deverá ter um crescimento maior na produção do robusta, também conhecido no país como conilon, em relação ao arábica e deverá se aproximar do Vietnã, maior produtor mundial da variedade, com aproximadamente 20 milhões de sacas.


Para a temporada 2009/10, ano de baixa do ciclo bienual do arábica, Lian acha provável uma redução das exportações, que atualmente estão em patamares recordes, após a boa safra colhida em 2008/09, oficialmente estimada em 46 milhões de sacas. No acumulado de 12 meses até abril, o Cecafé registrou embarques totais de café (verde e solúvel) de 31 milhões de sacas, que geraram uma receita também recorde de 4,75 bilhões de dólares.


“Com uma safra menor, para manter esse volume e a receita não é fácil. Esperamos US$ 4 bilhões para este ano, com volumes menores,” concluiu.

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