11/11/2006 08:11:09 –
Por Roberly Pereira
MARECHAL FLORIANO. Casca de café gera energia para empresas capixabas substituindo a lenha, óleo, gás e energia elétrica. A palha do café colhido e descascado em Santa Maria de Araguaia, Marechal Floriano, é transformada, por um equipamento adquirido por R$ 230 mil, em peças cilíndricas com poder de combustão.
O maquinário é semelhante ao que é utilizado no Rio Grande do Sul para beneficiar a palha de arroz e bagaço de cana. A capacidade de produção é de uma tonelada por hora. As peças, denominadas “briquetes”, medem 75 centímetros de diâmetro, variam de 30 centímetros a um metro de comprimento e abastecem fornos de indústrias de papel, telhas e cerâmica no Estado há 30 dias.
O empreendimento é financiado pelo Banestes/BNDES. O diretor administrativo da empresa Briquete Stöckl, Adimilson da Silva Tibúrcio, informa que a palha é levada para o maquinário por uma esteira que é abastecida no depósito. Em seguida a matéria-prima é socada em direção a uma peça semelhante a um cilindro, saindo de forma inteiriça numa passagem externa.
Cada tonelada sai por R$ 200,00. “Pelo lado econômico, o comprador do briquete leva 50% de vantagem em relação ao alto valor madeira”. Além disso, as leis ambientais, segundo ele, reprimem e impedem a extração de madeira. A alternativa energética pode ser utilizada em lareiras, fogões, churrasqueiras, fornalhas e secadores.
No Estado, segundo Adimilson, os maiores consumidores do briquete de palha de café são as empresas Simonassi, de Colatina, Cerâmica Mussi, de Castelo e Icapel, da Serra. O consumo mensal de briquetes já atinge a 150 toneladas.