Contratos para março encerraram o pregão em alta de 15 pontos, a US$ 1,9420 por libra peso
Tivemos mais uma semana com muita oscilação nas bolsas de café e um mercado físico no Brasil com negócios fechados abaixo do usual para esta época do ano.
Estimativas sobre o tamanho da próxima safra brasileira de café, divulgadas por operadores e analistas de mercado, pipocam diariamente na mídia. Essas estimativas não vêm acompanhadas da metodologia e do nome dos profissionais responsáveis pelo trabalho.
O consumo de café no Brasil entre novembro de 2022 e outubro de 2023 registrou um aumento de 1,64% em relação ao período anterior, considerando dados de novembro de 2021 a outubro de 2022. Foram consumidas 21,7 milhões de sacas em 2023. O consumo per capita no país, entre novembro de 2022 a outubro de 2023, foi de 6,40 kg por ano de café cru e 5,12 kg por ano de café torrado e moído, um crescimento de 7,47% em relação ao mesmo período do ano anterior, o que é justificado pela base populacional do IBGE. Sobre o consumo regional, a região Sudeste responde por 41,8% do total nacional, enquanto a região Nordeste por 26,9%, a região Sul por 14,7%, a região Norte por 8,6% e a Centro-Oeste por 8,0%. Atualmente, as indústrias associadas à ABIC respondem por 71,1% da produção do café torrado em grão e/ou moído, e representam 86,5% de participação no varejo supermercadista. A ABIC registra em seu banco de dados 2.937 produtos certificados (fonte: ABIC).
Em nossa opinião, os fundamentos de mercado não mudaram e continuam dando sustentação aos preços. Baixos estoques de café e consumo crescente; repetidos eventos climáticos extremos em todo o mundo; tensões políticas crescentes, com a invasão da Ucrânia pela Rússia, e ataques terroristas, pelo Hamas em Israel, agora agravados por ataques de rebeldes Houthi à navios no Mar Vermelho, dificultando, praticamente interrompendo, importantes rotas comerciais. Esse cenário global conturbado, cheio de incertezas, cria condições para essa instabilidade, para o forte sobe e desce nas cotações do café.
Os ataques de rebeldes houthi a navios no Mar Vermelho, que têm complicado o transporte de cargas na região, fizeram os preços futuros do café robusta, negociados na Bolsa de Londres, atingir níveis recorde (veja mais informações em nosso site na seção Extra).
A SRB – Sociedade Rural Brasileira manifestou esta semana sua extrema preocupação em relação ao clima crescente de tensão no campo, em meio ao aumento da insegurança jurídica no tema da demarcação de terras indígenas. O fato mais recente, que traz apreensão aos proprietários rurais do País, é uma decisão do Supremo Tribunal Federal, neste mês de janeiro (veja mais informações em nosso site na seção Extra).
Hoje, com o dólar em alta expressiva frente ao real, mais de um por cento, os contratos de arábica na ICE Futures US em Nova Iorque trabalharam em queda. Na ICE Europe, em Londres, os contratos de robusta tiveram mais um dia negativo, de ajustes, depois das altas explosivas que apresentaram nas últimas semanas.
Na ICE Futures US, os contratos para março próximo bateram em US$ 1,9505 na máxima do dia, oscilaram 455 pontos entre a máxima e a mínima, e encerraram o pregão em alta de 15 pontos, a US$ 1,9420 por libra peso. Ontem esses contratos subiram 15 pontos e anteontem 5 pontos. Na terça-feira apresentaram alta de 475 pontos. Na segunda-feira, recuaram 460 pontos. No balanço desta semana caíram 190 pontos. Na sexta-feira passada, subiram 690 pontos e fecharam a semana valendo US$ 1,9385 por libra peso. Acumularam alta de 870 pontos na semana passada. Terminaram a semana anterior valendo US$ 1,8515 por libra peso, somando alta de 515 pontos nessa semana.
Na ICE Europe, em Londres, os contratos de robusta para março próximo fecharam hoje em queda de 50 dólares, valendo US$ 3.237 por tonelada. Ontem caíram 18 dólares e anteontem 31 dólares. Na terça-feira subiram 61 dólares e na segunda tiveram alta de 6 dólares. Somaram queda de 32 dólares nesta semana. Na semana passada subiram 141 dólares, fecharam a sexta-feira valendo US$ 3.269 por tonelada. Encerraram a semana anterior à passada a US$ 3.128 por tonelada, acumulando ganhos de 189 dólares por tonelada nessa semana.
Os estoques de cafés certificados na ICE Futures subiram hoje 4.997 sacas e estão em 266.890 sacas. Há um ano eram de 872.853 sacas, quando já eram considerados criticamente baixos. Caíram neste período 605.963 sacas. Nesta semana subiram 17.684 sacas. Caíram 1.395 sacas no mês de janeiro. No mês de dezembro cresceram 27.158 sacas. No mês de novembro apresentaram queda de 165.072 sacas e no mês de outubro, a queda totalizou 52.807 sacas. No mês de setembro esses estoques caíram 58.986 sacas. No mês de agosto, a queda foi de 45.369 sacas e no mês de julho de 16.163 sacas.
O dólar recuou 1,06 % frente ao real e fechou a R$ 4,9680. Ontem caiu 0,43 %. Na sexta-feira passada encerrou a semana a R$ 4,9110.
Em reais por saca, os contratos para março próximo em Nova Iorque fecharam hoje a R$ 1.261,43. Ontem encerraram o pregão a R$ 1.262,86. Na sexta-feira passada fecharam valendo R$ 1.259,30. Terminaram a sexta-feira anterior a R$ 1.206,70. Terminaram o último pregão de 2023, na sexta-feira, 29 de dezembro, valendo R$ 1.208,80.
No mercado físico brasileiro, os compradores subiram e desceram suas bases de preços ao longo da semana acompanhando as oscilações dos contratos de café em Nova Iorque e Londres. O volume de negócios fechados ficou abaixo do necessário para cumprir nossas exportações. Muitos produtores de arábica permanecem aguardando preços mais altos, que reflitam os seguidos problemas climáticos e as perdas que terão na safra 2024, que começam a colher em maio próximo. No mercado de conilon o volume de negócios fechados é maior que no de arábica. Há mais disposição de vendas e um forte interesse comprador.
Até dia 2, os embarques de janeiro estavam em 2.934.972 sacas de café arábica, 415.025 sacas de café conilon, mais 271.230 sacas de café solúvel, totalizando 3.621.227 sacas embarcadas, contra 3.657.650 sacas no mesmo dia de dezembro. Até o mesmo dia 2, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em janeiro totalizavam 4.320.264 sacas, contra 4.021.666 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 26, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 02, caiu nos contratos para entrega em março próximo 190 pontos ou US$ 25,13 (R$ 124,84) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE, fecharam no dia 26 a R$ 1.259,30 por saca, e hoje sexta-feira, dia 02, a R$ 1.261,43. Hoje, nos contratos para entrega em março, a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 225 pontos.
Escritório Carvalhaes
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