Carvalhaes – Mercado de café fechou mais uma semana em alta

Boletim semanal – ano 78 – n° 34


Escritório Carvalhaes


Santos, sexta-feira, 26 de agosto de 2011


O mercado de café fechou mais uma semana em alta. Em meio à crise econômica na zona do euro e nos EUA, o café continuou se apresentando como um porto seguro. A cada semana novos números chegam ao mercado confirmando a apertada situação estatística e a impossibilidade de uma correção significativa a curto e médio prazo. Os estoques mundiais (a somatória dos estoques de países produtores e consumidores) caem ano após ano, enquanto o consumo mundial cresce anualmente acima dos dois milhões de sacas. Em um cálculo bastante conservador, apenas para manter o precário equilíbrio atual entre consumo e produção global, a produção mundial nos próximo dez anos terá de crescer em mais de 20 milhões de sacas, ou um Vietnã, o segundo maior produtor de café do mundo. Aumentar a produção mundial em 20 milhões de sacas em apenas dez anos é uma meta ambiciosa e difícil de ser atingida. As mudanças climáticas e a competição por áreas e mão de obra com outras commodities agrícolas tornam a missão ainda mais difícil.


No próximo dia nove, a CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento divulgará uma nova estimativa da atual safra brasileira de café 2011/2012. Este novo levantamento já deverá refletir a quebra da produção brasileira em decorrência da menor renda no benefício do café colhido neste ano. Enquanto os números não são divulgados, alguns operadores ficam discutindo cenários e fazendo contas de chegar, como se a entrada de uma nova safra e sua comercialização fosse uma simples questão aritmética.


 Em nossa opinião dois ou três milhões de sacas para cima ou para baixo não mudarão significativamente os fundamentos do mercado mundial de café. Sem estoques dignos deste nome, os números que serão divulgados sobre nossa produção de café se mostrarão insuficientes para atender adequadamente as necessidades brasileiras para exportação e consumo interno.


É preciso lembrar que nunca enfrentamos uma situação como esta. Praticamente só temos o café colhido nesta safra para atender nossos compromissos, que no último ano-safra, 2010/2011, ficaram entre 54 e 55 milhões de sacas. Tradicionalmente uma safra brasileira de café não é toda vendida no mesmo ano. Uma parte dela é usada por nossos cafeicultores como reserva de valor. Em um ano de grandes incertezas na economia mundial não faltarão produtores e investidores que irão considerar o café um bom ativo para se defender das incertezas. Os números da CONAB ficarão abaixo do que o Brasil precisará neste ano-safra e não é possível saber quantas sacas serão deixadas como reserva pelos cafeicultores. Os preços terão de ser convidativos para convencer o produtor a se desfazer integralmente de sua produção.


Até o dia 25, os embarques de agosto estavam em 1.634.290 sacas de café arábica, 227.229 sacas de café conillon, somando 1.861.519 sacas de café verde, mais 176.644 sacas de solúvel, contra 1.381.493 sacas no mesmo dia de julho. Até o dia 25, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em agosto totalizavam 2.397.827 sacas, contra 1.833.528 sacas no mesmo dia do mês anterior.


 O mercado físico brasileiro apresentou-se firme esta semana, com grande interesse por lotes de arábica de boa qualidade e finos. Os médios, os fracos e os desmerecidos em cor, foram menos procurados, continuando grande o diferencial de preço destes cafés em relação aos de melhor qualidade.


A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 19, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 26, subiu nos contratos para entrega em dezembro próximo, 935 pontos ou US$ 12,36 (R$ 19,83) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 19 a R$ 571,13/saca e hoje, dia 26, a R$ 592,40/saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em dezembro, a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 370 pontos.

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