Boletim semanal – ano 81 – n° 26
Santos, sexta-feira, 4 de julho de 2014
Apesar das fortes oscilações durante todo o mês de junho, os contratos de café com vencimento em setembro próximo na ICE Futures US, em Nova Iorque, fecham o mês de junho com um balanço negativo de 480 pontos ante uma alta de 5 470 pontos em um ano (28 de junho de 2013 a 30 de junho de 2014).
A chegada do período de verão no hemisfério norte, quando há decréscimo no consumo de café; a ausência de novas informações sobre o tamanho da safra brasileira de café 2014 – os trabalhos de colheita e benefício ainda não chegaram nem a metade – e o tempo quente neste início de inverno nas regiões produtoras de café do sudeste brasileiro, afastando temporariamente as preocupações com ondas de frio, levaram as cotações do café a apresentarem neste mês de junho resultado negativo em Nova Iorque.
Uma matéria publicada esta semana pelo jornal Valor Econômico chama a atenção para a possibilidade da divergência existente no volume da produção 2014 de conilon no Brasil (os números variam entre 12,3 para a CONAB e 16,4 milhões de sacas para o USDA), acabarem por pressionar as cotações do café arábica na ICE Futures US.
Para a produção de arábica os números, que consideram a quebra devido à forte seca do último verão, estão próximos do consenso (32,2 para a CONAB e 33,1 milhões de sacas para o USDA).
A pressão sobre as cotações do arábica na ICE aconteceria porque alguns operadores em Nova Iorque, olhando para o volume total da safra brasileira, arábica mais conilon, estimada pelo USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) em 49,5 milhões de sacas, ante as 44,6 milhões de sacas estimadas pela CONAB, acabam levados à leitura de que os prejuízos na produção brasileira de café não foram tão significativos.
O presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa, informou no jornal de junho da cooperativa, “Folha Rural”, que “a colheita prossegue e na área de atuação da Cooxupé já podemos constatar quebras. No Sul de Minas se consolida a previsão de 30%. Além disso, o baixo rendimento tem preocupado. São necessários de 600 a 650 litros de grãos por saca de 60kg – o que é substancial. A porcentagem de grãos 16, 17 e 18 está inferior à média de anos anteriores. Por outro lado, a qualidade está muito boa. Já no Cerrado, a quebra é pequena – em torno de 10%. “
Os porcentuais constatados pela Cooxupé para a colheita de arábica em sua área de atuação vão confirmando as estimativas iniciais dos agrônomos.
Tivemos mais uma semana de mercado físico calmo. Hoje, sexta-feira, 4 de julho, com o feriado do dia da Independência nos EUA (a ICE Futures US não operou) e jogo do Brasil na Copa do Mundo 2014, o mercado físico brasileiro praticamente não trabalhou.
Até o dia 3, os embarques de julho estavam em 99.969 sacas de café arábica, mais 4.745 sacas de café solúvel, totalizando 104.714 sacas embarcadas, contra 186.097 sacas no mesmo dia de junho. Até o dia 3 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em julho totalizavam 353.419 sacas, contra 352.600 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 27, sexta-feira, até o fechamento de quinta-feira, dia 3, caiu nos contratos para entrega em setembro próximo, 330 pontos ou US$ 4,37 (R$ 9.68) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE fecharam no dia 27 a R$ 502,60 por saca e quinta-feira, dia 3 a R$ 503,60 por saca. Ontem, quinta-feira, nos contratos para entrega em setembro, a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 150 pontos.
Escritório Carvalhaes