08/06/2009 – Os contratos de café para entrega em julho próximo na ICE Futures US em Nova Iorque fecharam no primeiro dia de maio a US$1, 2040 por libra peso (US$159,27 por saca) e no dia primeiro de junho a US$1,4225 por libra peso (US$188,17 por saca). Subiram em um mês 18% ou 28,9 dólares, enquanto no mercado físico brasileiro a alta foi de 10 a 20 reais por saca, variando com a qualidade do café negociado. A valorização do real frente ao dólar é responsável por parte desta diferença (em 1 de maio o dólar valia R$2,1880 e em 1 de junho, R$1, 9530, uma queda de 11%). As avaliações e considerações partem do boletim semanal do Escritório Carvalhaes.
Segundo Carvalhaes, o quadro se agrava quando se compara os diferenciais de venda física do café arábica brasileiro com o de nosso maior concorrente, a Colômbia (o Brasil é o maior produtor e exportador de arábica e a Colômbia o segundo). Quinta-feira passada, segundo o boletim, em meio à primeira onda fria deste ano, os descontos para venda do arábica brasileiro aumentaram ainda mais, chegando em alguns casos a 28 cents abaixo da ICE US, enquanto a Colômbia vendia a 90 cents acima de Nova Iorque (os prêmios cederam um pouco na semana ). O diferencial é inexplicável mesmo considerando que o Brasil vem batendo recordes de exportação ao passo que a Colômbia enfrenta problemas com quebra de safra e oferta apertada para atender seus compromissos, observa Carvalhaes.
Como destaca o boletim, está se entrando na segunda semana de junho, a colheita da nova safra 2009/2010 avança, sem que o Brasil consiga encontrar uma política eficaz para defesa dos preços pagos ao cafeicultor brasileiro. No início de maio, o ministro da Agricultura informou que o governo iria realizar um programa de contratos de opções públicas de venda de café. Um mês após este pronunciamento ainda não foram definidas as normas e datas dos leilões, critica Carvalhaes.